Agricultura

Crescem exportações do agro mineiro

As exportações do agronegócio mineiro alcançam US$ 1,75 bilhão no primeiro trimestre do ano (janeiro até março) e registram crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao total de exportações do Estado, o agronegócio respondeu por 30,4% de toda a pauta mineira comercializada.

Em relação ao saldo da balança comercial, que é a diferença entre o valor das exportações e importações, o setor contribuiu com 44%, evidenciando a importância do agronegócio para a economia mineira. A informação é da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com base em dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Segundo o Subsecretário de Política e Economia Agrícola da secretaria de Agricultura, João Ricardo Albanez, a recuperação da receita e do volume de café exportado foi preponderante para o resultado positivo das exportações do agronegócio no trimestre. O café, principal produto da pauta de exportações do setor, representou 56,9% do total comercializado. O valor alcançado foi de US$ 995 milhões, indicando aumento de aproximadamente 22% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Foram embarcadas 5,4 milhões de sacas, com aumento de quase 44% no volume. Esse foi o melhor desempenho do segmento cafeeiro desde 2017.

Na avaliação do assessor especial de cafeicultura, Niwton Moraes, esse movimento indica a recuperação do país no mercado mundial. “Desde 2014, o Brasil vinha perdendo parcelas de mercado, porque outros países estavam ofertando a preços menores. Mais recentemente, voltou a recuperar a participação, motivado, também, pela supersafra do ano passado”, explica o assessor.

 

O algodão mineiro mantém o ritmo de crescimento das exportações, confirmando o cenário favorável para a cultura. No acumulado do trimestre, o valor exportado alcançou US$ 26,2 milhões, com crescimento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado, e o volume atingiu 11,2 mil toneladas (+92%).

Também merece destaque a inclusão de novos produtos na pauta de exportação mineira. Pela primeira vez, esse primeiro trimestre registrou a comercialização de milho doce, enviado exclusivamente para a Argentina, filés de peixe, comercializados com o Vietnã e pimentões vermelhos enviados para a Alemanha. “É muito importante a inserção de novos produtos na pauta das exportações, uma vez que 95% da receita gerada vêm do café, complexo soja, produtos florestais, carnes e complexo sucroalcooleiro”, destaca o subsecretário João Albanez.

Em relação às carnes (bovina, frango e suína), o faturamento registrado foi US$ 196 milhões, praticamente o mesmo valor alcançado em relação ao primeiro trimestre de 2018. Os produtos florestais (Celulose, madeira e papel) somaram US$ 204 milhões, com a comercialização de 342 mil toneladas.

As exportações dos produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) alcançaram US$ 146 milhões, com redução no volume e no valor. Na avaliação do subsecretário João Ricardo Albanez, as incertezas que rondam as negociações entre os Estados Unidos e China deixaram o mercado instável e contribuíram para a redução do valor da tonelada. Além disso, a China, um dos principais mercados importadores de commodities, reduziu em 17% o volume das importações da soja mineira. Os estoques americanos estão com volume expressivo estocado, aguardando as negociações, pressionando negativamente os preços.

Os produtos do agronegócio mineiro foram enviados para 144 países. Os principais importadores, no primeiro trimestre, foram China (16,5%), Estados Unidos (12,8%), Alemanha (11,7%), Japão (8,1%) e Itália (7,9%).

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