No mercado de sementes de hortaliças, a qualidade e a inovação fazem a diferença para o produtor e, também, para o consumidor final. Em busca de vantagens competitivas, produtores se interessam por novas variedades de produtos que tenham não semente maior índice de germinação, maior resistência a doenças e maior produtividade mas também mais durabilidade após a colheita, melhor aparência e melhor sabor, fatores fundamentais para o consumidor final. E os produtores de sementes e novas variedades.
Um exemplo são os tomates longa vida; longa vida: Como duram mais, podem ficar mais tempo no pé, o que traz vantagens para todos: para o produtor, que tem mais flexibilidade na hora da colheita, para o varejista, que tem melhor perda na banca e para o consumidor final, que tem um produto mais saboroso e versátil.
Outro aspecto do melhoramento genético em sementes de hortaliças está adaptação de variedades de climas temperados ao clima tropical. É o caso das alfaces com resistência ao florescimento precoce. No verão, e com a umidade, a alface e outras hortaliças florescem muito rapidamente, reduzindo a produtividade. Com o melhoramento genético, é possível cultivar alface crespa, lisa e americana em qualquer época do ano, usando variedades que não “espigam” tão rapidamente. O mesmo ocorre com a couve-flor, cujo produtores agora contam com variedades que toleram melhor o calor e a umidade.
Os investimentos em pesquisa têm resultado, também, em cenouras adaptadas ao clima tropical, assim como as abóboras com rama mais curta, com ciclo mais precoce e altamente produtivas. Tudo isso requer investimentos. Segundo Nélson Tajiri, presidente da Sakata/Agroflora, empresa líder no setor de sementes de hortaliças e flores, o investimento que a empresa faz em melhoramento de sementes varia com o projeto. Atualmente, está entre 5 e 7% do faturamento. O mercado de sementes tem estado estável, acompanhando a evolução do mercado. Hoje, Tajiri calcula que, no passado, o mercado de sementes tenha movimentado algo em torno de Us$ 56 a 60 milhões.
Sementes geneticamente melhoradas requerem ajustes na forma de cultivo. Não basta aperfeiçoar as sementes, é preciso também aperfeiçoar o produto, tradicionalmente resistente a novidades. Este pode ser um processo longo. Para divulgar seus novos produtos, a Sakata adora a estratégia de realizar testes com produtor líder em uma determinada região, que recebe informações sobre o manejo da semente.Do início desenvolvimento da pesquisa até o emprego em larga escala, o processo pode levar até cinco anos.Outra estratégia da Sakata/Agroflora são os dias de campo, ou field days, que a empresa, em parceria com fornecedores de insumos, promove a cada dois anos. Em sua sede, em Bragança Paulista, a Sakata reúne, por cinco dias, um grupo grande de produtores de hortaliças e flores. No evento mais recente, foram mais de 4 mil horticultores que tiveram demonstrações sobre as mais modernas técnicas de manejo, cultivo, incluindo produção de mudas de substratos. Para Tajiri, o importante é que o horticultor passe a ser um pequeno empresário. É preciso que o produtor adquira mais técnicas, e possa competir em melhores condições com produtores da Ásia da Europa e de outros países da América.
De fato, o mercado externo está na mira das horticultores. Hoje, o Brasil já exporta hortaliças como tomate, berinjela, abóbora, melões e melancias, principalmente para a Argentina. Para melhorar este quadro, valorizando o produto, a Secretaria da Agricultura de São Paulo e o CEAGESP estão buscando padrões de classificação, formato, tamanho e origem mais rígidos que os atuais. E sementes mais produtivas estão na base da busca da qualidade.