Pecuária

Potencializar a genética, com muito trabalho!

“O grande objetivo do projeto é a eficiência, e o Pardo Suíço, raça escolhida por nós nessa empreitada, se encaixou perfeitamente, esclarece o criador Gabriel do Penteado, titular da Fazenda Fortaleza, localizada em Amparo, SP.

A criação de Gabriel teve início numa pequena propriedade no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, SP, numa área acidentada e não propícia ao trabalho leiteiro, principalmente para a produção de alimento. Diante disso, transferiu, há quatro anos, o rebanho par uma propriedade maior, com 120 há, a Fazenda fortaleza, em Amparo, SP, onde adotou o sistema de pastejo rotacionado. Foi aí que o negócio começou a crescer, passando de uma produção diária de 200 litros de leite para, hoje, 2.200 litros de leite, provenientes de um plantel de 350 cabeças, sendo 100 da raça Pardo-Suíço. O potencial da propriedade é de 5 mil litros/dia, índice que deve ser atingido em dois anos.

Encontra-se no terceiro ano de pastejo rotacionado. No inverno, o gado é alimentado com cana-de-açúcar e uréia. De acordo com Penteado, a cana tem se mostrado um alimento excepcional, porque produz 150 toneladas/ha, cinco vezes mais que o milho, e permite produções acima de 30 litros de leite em vacas Pardo-Suíço.

Há dois anos, todo projeto é assistido pela equipe de profissionais da Parmalt. “A cada ano, adquirimos experiência e melhoramos os pastos e os animais. No que se refere a alimentação, a Fazenda Fortaleza oferece, no inverno, além do volumoso de cana-de-açúcar e uréia, o concentrado que respeita a relação 1Kg de concentrado para cada 2,5 a 3 litros de leite produzido. Para este verão, pretende-se fornecer concentrado a partir dos 10 litros. Ou seja, se uma vaca produz 20 litros de leite/dia receberá quatro quilos de concentrado, não oito.

Em pastos de Tanzânia e Mombaça, o gado fica em piquetes de três mil e cinco mil metros quadrados. A rodízio é feito diariamente, sendo os lotes de elite passam primeiro e, em seguida, os animais de produção inferior repassam o pasto. Para atingir a produção de cinco mil litros de leite/dia, Penteado ressalta três fatores: 1- fornecimento de comida. Para isso, está ampliando a área plantada de cana, de 10 há para 35 há. 2- genética. Faz a inseminação do plantel com touros provados em leite e tipo. Destaque para os reprodutores Denamark, Collection, Camelot, Tradition, Ensing. Além disso, acabou de adquirir uma filha de BC Dulce Barbaray, a mais nova recordista nacional de produção de leite da raça, que registrou, em 365 dias, uma produção de 18.870 quilos, a quarta maior do mundo. Sendo assim, pretende iniciar um trabalho de coleta de embriões para acelerar o ganho genético. 3 – manejo. Com experiência, vem reduzindo problemas de mortalidade de bezerros, mastite, casco e índices de fertilidade.

Também há ênfase no treinamento de funcionários. A própria assistência da Parmalat tem motivado a equipe da fazenda crescer. Vale dizer que as quatro famílias que trabalham diretamente na fazenda empregam o marido e a mulher, aumentando a renda familiar.

Nosso objetivo é fornecer o mínimo possível de volumoso no cocho. Só mesmo o necessário. No inverno, as novilhas e as vacas secas já fazem o rodízio no pasto. Afinal, á medida que corrigimos e tratamos o pasto adequadamente, ele rende mais no inverno. Só reduzir a lotação que não há problemas de manter os animais alimentados a pasto. A qualidade do pasto no inverno é melhor que no verão, só não há volume. No ano que vem, pretendemos deixar os piores lotes em lactação no rodízio.

A Fazenda Fortaleza tem uma granja de frango, com 30 mil aves, cuja cama é utilizada como adubo nas pastagens. A cada 120 dias, são colocados cerca de 70 toneladas de cama. O esterco produzido pelo gado no inverno também foi jogado nos piquetes, num total de 10 toneladas. Sem milagres.

Outro defensor de um programa de manejo e alimentação eficiente como forma de potencializar a genética do Pardo-Suíço é Alberte Vilela, proprietário da Fazenda Bela Vista em Campo Belo, MG, que está na raça há vinte anos. Um animal, para ter essa produtividade como a nossa, de 7.000 a 7.500 kg por lactação, em 305 dias e duas ordenhas, evidentemente terá que ser bem tratado. A genética, sozinha, não faz milagre. Pensar em baratear a alimentação sem estar preocupado com o reflexo disso na produção da vaca é um erro fatal. Ou você alimenta bem a Vaca ou ela não te dá o potencial dela, garante Vilela, que afirma não descuidar na qualidade tanto do concentrado como do volumoso: Nosso gado, mesmo no verão, recebe alfafa fresca. Obviamente que a base volumoso é a silagem. A alfafa entra como uma pequena suplementação no verão.

A silagem é toda produzida na fazenda, que se abastece com alfafa própria e parte do milho: o restante eu compro, esclarece, citando o caroço de algodão e a soja, que são utilizados dependendo da época, em função da safra.

As vacas em lactação ficam em piquetes, mas têm acesso a alimentação durante todo o dia e á noite. A qualquer momento, se ela quiser se alimentar, tem ração á vontade. As novilhas também são tratadas ao longo do ano com concentrado e volumoso.

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