Levantamento divulgado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) aponta que, para 2021/22, a produção de algodão teve uma alta de 5,8% com relação ao período anterior. Assim, o Brasil volta a se destacar no mercado internacional, alcançando o posto de segundo maior exportador mundial da commodity. A produção totalizou 2,5 milhões de toneladas.
Para Vagner Grade, consultor de desenvolvimento de produto na TMG – Tropical Melhoramento & Genética –, esses avanços se devem aos constantes investimentos em pesquisa e inovação. Segundo ele, o país tem se destacado pela qualidade da fibra do algodão, o que é positivo do ponto de vista comercial. “Esse cenário é resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento de cultivares cada vez mais adaptadas as diversas condições climáticas, pragas e doenças”.
Grade explica que para manter o bom rendimento das lavouras e aumentar as vendas, tanto para o mercado interno quanto para outros países, o produtor precisa adquirir cultivares específicas para sua região e estar atento ao manejo correto. “O algodão necessita de atenção para entregar produtividade e qualidade de fibra”, e para isso é fundamental, além do manejo, que o produtor “escolha da variedade correta para a lavoura, considerando a região em que o plantio será feito”.
Segundo o especialista, o objetivo é conseguir colher um algodão com fibra de boa qualidade, um quesito muito importante para a indústria têxtil. “O HVI (High Volume Instrument) é considerado um conjunto de características bem importantes do produto final, mas depende de uma série de fatores, como potencial genético da cultivar, época de plantio, temperatura média, disponibilidade hídrica, interações entre o genótipo da cultivar e ambiente, manejo adequado e processo de maturação, além de cuidados no momento da colheita e do descaroçamento do algodão”.
Segundo Grade, “atualmente, uma das principais doenças que provocam prejuízos nas lavouras é a ramulária, uma doença muito comum, que pode atingir todas as fases de crescimento do algodoeiro, causando danos às folhas. A doença pode reduzir a qualidade da fibra e comprometer em até 70% a produtividade da cultivar. Por ser uma doença transmitida de forma rápida, o produtor precisa estar atento para evitar a proliferação da doença”.
Há no mercado produtos específicos para controlar a ramulária, assim como outras pragas e doenças. Porem, soluções genéticas tem a grande vantagem de tornarem a produção mais sustentável financeira e ambientalmente, uma vez que reduzem a necessidade da aplicação de insumos. A tecnologia da RX é a promessa da TMG, devido a sua considerável tolerância à doença, diminuindo a aplicação de fungicidas.
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