Opinião

Plástico, química e agronegócio

Por Ana Paiva*  –  Quando pensamos em agronegócio, logo visualizamos campos a perder de vista, máquinas trabalhando, navios sendo carregados com grãos e aquele rebanho que some no horizonte. Esse aspecto econômico, junto com o ambiental, domina a nossa percepção sobre o setor. Mas é a dimensão social, talvez a menos lembrada, que vem despertando o mercado para a sua vital importância.

Teremos alimentos em quantidade suficiente para atender a população mundial? Esses alimentos terão a qualidade necessária para o desenvolvimento saudável dessa e das próximas gerações? Devemos pensar que a segurança alimentar não é apenas em oferecer alimentos, mas disponibilizá-los na quantidade e qualidade suficientes para o consumo.

O plástico é um material resistente, flexível, reutilizável e reciclável, características que nos permitem a produção de uma série de soluções de baixo custo e versatilidade para o agro. O uso do polietileno (PE), polipropileno (PP) e PVC auxiliam no cultivo protegido, na armazenagem, na irrigação de precisão e logística. Já no lado dos químicos, além da aplicação como defensivos agrícolas, também são utilizados na extração de óleos vegetais e no segmento sucroalcooleiro — que conversa com outro tipo de segurança, a energética.

Vou dar aqui alguns exemplos práticos de inovações para potencializar a segurança alimentar. O silo bolsa, por exemplo, permite o armazenamento de alimentos sem desperdício e sem perda nutricional. Esse silo é bem diferente da imagem tradicional que temos de grandes caixas de metal. É um túnel flexível de plástico (polietileno – PE) desenvolvido para armazenar grãos, silagem e subprodutos. Criado em uma atmosfera sem oxigênio, que impede a propagação de pragas e insetos, o silo bolsa mantém a qualidade do grão por até 12 meses e tem como características a facilidade de instalação, o baixo custo e a possibilidade de segregação de lotes.

Outra iniciativa bastante interessante é o Wrap, um fardo que armazena a silagem pré-secada usada para alimentação de bovinos.  Sem depender das questões climáticas e sazonais, a silagem pré-secada alimenta o rebanho durante todo o ano, sem defasagem de quantidade ou qualidade. Para a pecuária leiteira por exemplo, essa é uma vantagem, pois assim o gado mantém regularidade na produção do leite e, consequentemente, fica mantida a oferta desse alimento para a população.

A sacola para ensacar bananas impede que um inseto-praga ataque a plantação. A sacola conta com tecnologia de aditivo anti-UV que tem o mesmo comprimento de onda da visão do inseto tripes, deixando-o confuso e cego. Como resultado, os insetos não ficam no ambiente entre sacola e cacho de banana e não prejudicam as frutas, reduzindo o impacto ambiental do uso de inseticidas e melhorando a qualidade do alimento produzido.

(*) Ana Paiva é coordenadora de Desenvolvimento de Mercado Agro da Braskem.

Foto: Divulgação / CDN

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