Negócios

Setor de Suplementação Mineral cresce 2,2% em janeiro

As Indústrias de Suplementos Minerais do Brasil tiveram um aumento de 2,2% na comercialização de tecnologias nutricionais em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram negociadas 162,4 mil toneladas, o primeiro avanço obtido desde março do ano passado, ancorado essencialmente em produtos Pronto para Uso e Núcleo, impactando pouco mais de 56 milhões de cabeças de bovinos em todo o Brasil.

O resultado positivo foi divulgado durante a primeira reunião ordinária da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM), realizada em São Paulo, Capital, no último dia 16 de fevereiro. A entidade reúne 62% das empresas do setor e encerrou 2022 com uma comercialização de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas. “Foi muito bom receber esse número porque ele é fruto do trabalho que as empresas do setor fazem para que a Pecuária de Corte e Leite do Brasil produza mais e melhor, com mais qualidade e produtividade, remunerando o pecuarista e contribuindo para os resultados da economia brasileira e as exportações de proteínas de origem animal”, comemorou Juliano Sabella, Presidente da ASBRAM.

A reunião da Associação tratou, ainda, das novidades que a entidade está implementando neste ano para ter um retrato mais fiel da representatividade e abrangência do segmento, para poder comunicar melhor os investimentos realizados em nome do Agro Brasil. “O nosso tradicional painel de dados das indústrias de suplementos minerais agora será mais completo, trazendo os resultados de mercado alcançados pela Pecuária de Corte e Pecuária de Leite. É importante lembrarmos que o trabalho da indústria de suplementação é sinônimo de uma verdadeira assistência técnica prestada ao pecuarista. Não apenas a comercialização. Mantemos, diariamente, um exército de dez mil profissionais no campo, vendendo, sim, mas também orientando, informando, fazendo extensão rural, treinando clientes e colaboradores das fazendas para que transformem o investimento realizado na solução tecnológica em margem, lucro, resultado para o negócio do empreendedor rural”, reforçou Juliano Sabella.

O Presidente da ASBRAM reforçou durante a reunião a importância da estratégia adotada para comunicar com eficiência o trabalho das corporações do setor nos últimos anos, com as campanhas nas redes sociais, iniciativas como a ação ‘Beba mais Leite’, a participação nos anuários mais representativos da mídia segmentada da Pecuária e o evento nacional anual, que vai ser realizado em Campinas, nos dias 23 e 24 e novembro deste ano. “Conseguimos realizar, ao lado de todos os parceiros da ASBRAM, nos últimos anos, uma agenda muito proativa. E vamos inovar ainda mais. Nosso próximo passo é realizar um diagnóstico para mensurarmos o tamanho da Pecuária de Corte em valores. O preço dos suplementos minerais, a real dimensão do negócio da suplementação mineral na bovinocultura brasileira e os impactos econômicos sobre todo o mercado agro”, anunciou Sabella.

Pois o momento não poderia ser mais oportuno. O Engenheiro Agrônomo, Consultor e Coordenador do Rally da Pecuária, Maurício Palma Nogueira, que abriu o encontro da ASBRAM, enfatizou que a tecnologia vai embalar o contínuo aumento da produção de carne bovina, apontar as exportações brasileiras para até três milhões de toneladas de equivalente carcaça e sustentar a evolução do setor, que mais do que triplicou a taxa de desfrute desde 1993. “O preço do boi no Brasil está bom, subindo em quase todas as praças. E o cenário internacional promete. Os americanos vão precisar importar mais. Os chineses também, agora que voltaram a funcionar plenamente depois das paralisações por causa da Covid-19. Em janeiro, eles já compraram 60 mil toneladas a mais. E estamos avançando pelo volume e também pela diversificação dos clientes, como é o caso da Indonésia. O Brasil tem gente que ainda cria gado como há um século, mas a pressão sobre os menos produtivos é cada vez maior. Por outro lado, há gente provando que, usando tecnologia, a pecuária é mais lucrativa do que a agricultura. E vai permanecer assim se não houver um evento sanitário negativo ou medidas políticas incorretas”, avaliou.

A reunião ainda discutiu temas como a rastreabilidade na nutrição animal dentro do Brasil, as diferenças e semelhanças entre a Pecuária nacional e a norte-americana e foi encerrada com a apresentação do professor de economia da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador do centro de agronegócios da FGV, Felippe Cauê Serigatti, que está bem mais animado com o cenário externo do que o ambiente econômico interno. “A inflação está caindo nos Estados Unidos, a China reabriu todas as suas portas ao mercado mundial, está crescendo mais, e a Europa também traz boas notícias neste início de ano. Há preços menores para alimentos em geral e fertilizantes também. Tanto que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já revisou sua expectativa de crescimento médio da economia mundial em 2023 para 2,9%, uma pequena elevação diante das perspectivas anunciadas no fim do ano passado. Isso é bom para o Brasil e o mundo. Mas o nosso ambiente interno iniciou o ano bem mais deteriorado. Opiniões infelizes do novo Presidente, ataque à política de juros praticada pelo Banco Central, perspectiva de aumento da inflação por causa dos preços livres de produtos e serviços, que não estão ao alcance da administração do governo federal. É hora de aguardar e esperar estabilidade e serenidade na condução da política econômica”, aconselhou Felippe Serigatti.

Foto: Kika Damasceno / Divulgação ASBRAM

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