Dados de exportação, extraídos da plataforma ComexStat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de madeira serrada de Teca, compensados e dois tipos de madeiras serradas de outras espécies mostram uma redução no volume e preço de produtos de madeira exportados do Brasil.
A redução de 12% em volume e 21% no valor é reflexo de uma retração do mercado que tende a voltar aos patamares pré pandêmicos. Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo, que possui mais de 20 anos de experiência em comércio exterior de madeira, os anos de 2020 e 2021 foram extremamente atípicos. “A pandemia criou uma demanda que as fábricas no Brasil, e no mundo, não estavam prontas para atender e com isso, 2021 foi um dos melhores da história em termos de demanda e preços”, explicou.
Porém, apontou, essa alta fora do comum, acabou por criar um mercado extremamente caro em todos os aspectos: logístico, matérias-primas, serviços e toda a cadeia sofreu com uma inflação dos preços devido à falta de praticamente tudo. “Em 2022 esse mercado começou a se ajustar. A demanda caiu, estoques foram supridos e, com inflação ainda alta no mundo todo, a reação do mercado foi segurar novas compras”.
Milazzo estima que esse período de ajuste deve se estender até metade de 2023. Pois, 2022 terminou com baixa de preços e baixa demanda em praticamente todos os produtos de madeira. O ano novo começou com muita incerteza e os compradores atuam com ainda mais cautela.
“Estamos em um momento onde os preços internacionais estão abaixo do custo de produção no Brasil. Muitas fábricas reduziram a produção esperando uma melhora no preço internacional ou queda dos custos. Mas até atingirmos novamente esse equilíbrio entre oferta e demanda, aliado à situação normal de ajuste de mercado, temos muitas incertezas que podem mudar tudo rapidamente. Entre elas a guerra na Ucrânia e o avanço da Covid na China”, detalhou.
Foto: Divulgação WoodFlow / Santa! Comunicação