A leptospirose é uma zoonose amplamente disseminada pelo mundo. A doença é especialmente perigosa para equinos, bovinos e suínos, principalmente em regiões que convivem com altas temperaturas e umidade elevada. De acordo com Fernando Santos, médico veterinário e gerente de vendas da linha de grandes animais da Syntec do Brasil, “as características climáticas do nosso país tornam a enfermidade epidêmica, já que nesse ambiente as bactérias tem as condições ideais de sobrevivência”.
O Conselho Nacional de Medicina Veterinária (CNMV) reporta que a leptospirose – além de causar forte impacto na saúde pública, uma vez que também pode ser transmitida para os seres humanos – é uma das principais causas de perda econômica para criadores. Os dados mais recentes apontam que, no Brasil, a doença é endêmica, com soroprevalência de 45,5% a 62,3% nos animais e de 74% a 100% nos rebanhos. Em rebanhos não vacinados, o problema é associado a taxas de 47% de infertilidade e 12% a 68,4% de abortamentos.
“Quando falamos em leptospirose, a maioria das infecções é subclínica, ou seja, sem sinais evidentes, e está associada não apenas a problemas de infertilidade e aborto. Com ela, há maior índice de parto de natimortos e nascimento de neonatos fracos”, comenta Santos. “Essa enfermidade ocorre em todas as espécies de animais e influencia também na queda de produção e no aumento da mortalidade de bezerros.”
O especialista esclarece que a Leptospira spp. afeta diversas espécies. Nos equinos, prejudica o desempenho do animal num todo, em caso de animais atletas, eles sofrem queda de performance. Nos bovinos, provoca queda do desempenho zootécnico e reprodutivo. Nos suínos, tanto leitões jovens como porcas em gestação são afetados, comprometendo os resultados da granja.
“Animais com a forma aguda da doença apresentam prostração, anorexia e elevação da temperatura corporal. Em casos crônicos, a leptospirose causa transtornos reprodutivos, como abortos natimortos, filhotes nascidos com pouca viabilidade, retorno ao cio nas primeiras semanas de gestação e infertilidade. Essas complicações reprodutivas ocorrem devido à infecção dos fetos na fase de leptospiremia na fêmea”, explica.
A doença é grave, mas tem tratamento. “Após a realização dos testes sorológicos e confirmada a leptospirose, o tratamento pode ser realizado com antibióticos”, explica, e recomenda: melhor do que tratar a doença é evitar que ela se instale no animal. “É possível prevenir a enfermidade por meio da vacinação dos animais, o que pode ser feito a partir dos três meses de idade, com repetição anual.”
Foto: Divulgação Syntec / Texto Comunicação Corporativa