Com mais de cem anos de seleção no Brasil, e a segunda maior raça no mundo, cresce o interesse pelo Simental entre os produtores de leite, já que a raça responde bem a muitos desafios, especialmente, dos produtores de pequeno e médio porte.
“Com vacas muito rústicas, as fêmeas Simental mantém-se em produção por longos anos, evitando a reposição precoce de fêmeas, o que representa o custo mais alto do produtor”, comenta o Médico Veterinário Paulo Tonin e especialista na raça para o leite. “Seu leite é rico em sólidos, contribuindo para rendimentos dos que fazem a produção de queijos artesanais, ou mesmo, produtores que entregam o leite e recebem pela qualidade”, completa.
No velho continente, principalmente, em países como Alemanha e França, o cruzamento é muito comum, com matrizes que superam os 7.000 quilos na primeira cria, mantendo persistência produtiva com lactações com mais de 300 dias. No Brasil, famílias famosas de vacas como Dinda da Batatais chegaram a produzir 14.000 quilos em uma lactação e essa genética é a base do Simental de linhagem leiteira trabalhada no Brasil.
O Simental e seus cruzamentos também se adaptam muito bem em diferentes sistemas de produção de leite, seja freestall, compost barn ou mesmo a produção a pasto. Gado de fácil manejo, não depende do bezerro para a retirada do leite e também é mais resistente a problemas de saúde.
“Diante dessas vantagens, cresce o interesse por reprodutores de linhagem leiteira no Brasil para multiplicação de plantel ou para imprimir essas características em cruzamento com Girolando ou Holandês, garantindo assim, fêmeas produtivas, porém, muito rústicas”, explica Tonin. Com a oferta de touros em centrais não é tão grande, cresce o interesse por machos filhos de mães com produção leiteira comprovada.
Especialmente os touros são usados para cruzamento com as fêmeas leiteiras para cruzamento e, além dos ganhos produtivos no leite, há o aproveitamento de bezerros machos. Diferente de outras raças em que o macho é descartado logo após o nascimento, os animais, filhos do cruzamento com Simental são aproveitados para o corte, representando uma renda extra para o produtor. Como é uma raça de dupla-aptidão, os bezerros chegam aos 15 meses com 500 quilos, aumentando as margens do produtor.
O Simental está distribuído por todo o país, com crescente interesse pela linhagem leiteira no nordeste, especialmente, na Bahia, já que é uma raça que mantem a produção em clima quente. Também existe uma alta concentração de rebanhos puros em São Paulo, Minas e Paraná. Além do Simental de linhagens leiteiras, existem também os cruzamentos leiteiros: Simbrasil (Simental com zebu) e o Simlandês (Simental com Holandês).
Foto: Divulgação Simental / Flatonin