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João Martins: “Irrigação é estratégia de segurança alimentar”

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que a irrigação é uma alternativa tecnológica para intensificar a atividade produtiva, uma “estratégia de segurança alimentar” e uma opção para aumentar a oferta de produtos agrícolas.

Martins disse que “nossa resiliência tem sido colocada à prova a todo momento. Primeiro, com a pandemia. Depois, com a guerra que, embora localizada, traz efeitos a todos os países, como a inflação global nos preços dos alimentos, que nos faz refletir sobre o modelo de segurança alimentar”.

“Mais do que nunca, tecnologias capazes de aumentar a produtividade e a produção de alimentos são importantes para nos ajudar na construção desse novo e desafiador futuro”, afirmou ao destacar o potencial do país para a agricultura irrigada como um dos poucos no mundo capazes de triplicar, de forma sustentável, sua área produtiva.

Martins lembrou que o setor de irrigação é altamente desenvolvido no Brasil, com as melhores técnicas existentes já utilizadas pelos produtores de alimento. Além disso, as principais empresas do setor já atuam no país com tecnologias adaptadas à realidade brasileira.

“O que nos falta, como nação, é o reconhecimento da irrigação como vetor de desenvolvimento e garantia da segurança alimentar, para que seja incorporada como política nacional de desenvolvimento socioeconômico e na política nacional de segurança alimentar”, alertou.

O presidente da CNA também ponderou que há grandes desafios a serem superados para que o potencial de irrigação do país se reverta em produção e mais oferta de alimentos, e que “o crescimento sustentável e organizado da área irrigada, no país, exige alto nível de planejamento e articulação entre os vários setores da economia e dos governos federal e estaduais”.

Para o ministro da Agricultura, Marcos Montes, é preciso ampliar a produção irrigada no país com sustentabilidade e inovação tecnológica. “Um dos maiores produtores de alimentos do mundo não pode ter apenas oito milhões de hectares irrigados”, ressaltou.

Segundo ele, o Brasil é o sexto país no mundo com maior área irrigada, mas há potencial para alavancar a atividade para tornar o país o primeiro, gerando mais empregos e produzindo mais no mesmo espaço. “Precisamos desse avanço para sermos o que o mundo espera de nós em segurança alimentar”.

Ele disse, ainda, que em um futuro com aumento da população mundial, nos próximos 30 anos, o Brasil terá de aumentar sua produção. Neste contexto, a irrigação deve ser ampliada para atender a esta expectativa.

Veronica Sanchés da Cruz Rios, diretora-presidente da Agência Nacional das Água e Saneamento Básico (ANA), destaca o papel da irrigação na geração de emprego, renda e desenvolvimento e disse que a agência está trabalhando, com a colaboração da CNA e do governo, na construção de marcos hídricos para alavancar a atividade irrigada no país.

“Nosso trabalho é disponibilizar água de forma segura para a agricultura irrigada e todos os setores, atendendo às maiores demandas para garantir a disponibilidade hídrica”.

Foto: Reprodução Youtube

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