Um projeto coordenado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), vai promover a caracterização do queijo cabacinha, produto típico da região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Os estudos, que contam com a participação das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de São João del-Rei (UFSJ) e da Emater- MG, envolvem o acompanhamento do processo de fabricação do queijo e a realização de análises físico-químicas.
“O objetivo da caracterização é subsidiar o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para a criação de um regulamento para o Queijo Cabacinha. Para isso serão coletadas amostras de água, leite, massa fermentada, massa coagulada, e do queijo pronto. E, serão analisados o teor de proteínas, gordura, sal, extrato seco, pH, atividade de água e cinzas. Serão investigadas a presença de patógenos e de bactérias láticas”, enumera o pesquisador da EPAMIG Daniel Arantes, coordenador do projeto, que acrescenta: “Também serão realizados testes para caracterização sensorial do queijo Cabacinha”.
O início do estudo foi anunciado em um evento promovido pela Emater-MG no município de Itaobim, no dia 25 de novembro. As visitas técnicas para a coleta de informações já tiveram início. “Foram realizadas visitas a produtores selecionados pela Emater-MG, que se mostraram muito receptivos ao desenvolvimento do projeto, uma vez que a regulamentação do Queijo Cabacinha é uma demanda antiga”, conta o pesquisador da EPAMIG.
Daniel Arantes destaca que o trabalho está em fase adequação de metodologias à realidade da produção regional e que a equipe está conhecendo as queijarias da região para definir a dinâmica a ser aplicada. “Serão necessárias mais algumas visitas para nos aprofundarmos no processo de fabricação e para avaliar a melhor logística de coleta e preparo de amostras. Com base nestas respostas vamos estabelecer o cronograma de ações. Realizaremos coleta de amostras durante as estações seca e chuvosa”, completa.
As análises das amostras serão feitas no Centro de Pesquisa e Treinamento em Queijos Artesanais, localizado no Campo Experimental Risoleta Neves da EPAMIG, em São João del-Rei. A regulamentação do processo produtivo permitirá o registro das queijarias e a comercialização do produto em diferentes regiões do Brasil. E trará benefícios econômicos, por meio da agregação de valor e do fortalecimento do produto regional.
A pesquisa contou com um recurso inicial de R$115 mil, originado de emenda parlamentar do deputado estadual Carlos Henrique (Republicanos), que foi empregado na aquisição de equipamentos, como notebooks, que serão utilizados pela equipe de trabalho. As fases de coleta e análises das amostras serão coordenadas e custeadas pela EPAMIG.
Foto: Daniel Arantes / EPAMIG