Das 94 amostras inscritas nas categorias Mistura (blend) e Varietal do III Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, 22 seguem na disputa pelo título. Além de uma minuciosa avaliação dos aspectos físico-químicos das amêndoas, as propriedades produtoras do cacau precisam também cumprir uma série de critérios de sustentabilidade. “Nesta edição, estamos reforçando essa questão. Não faz sentido um produtor receber o prêmio de melhor cacau do Brasil e não ter boas práticas sociais e ambientais na fazenda, como contar com trabalho infantil ou usar agroquímicos de forma irregular, por exemplo”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), entidade organizadora do evento, juntamente com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Os produtores finalistas precisam se enquadrar nos pré-requisitos sustentáveis estabelecidos no edital. “Este ano contaremos com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos estados para auxiliar os produtores nas adequações aos critérios exigidos pelo concurso”, revela Cristiano. A segunda etapa de avaliações inclui ainda análise sensorial do cacau processado em forma de liquor e em forma de chocolate por um júri técnico de especialistas. No entanto, o diretor do CIC alerta que “os produtores precisam ficar atentos aos critérios de sustentabilidade, pois estes podem ser decisivos na composição da nota final”.
Entre os finalistas, o Pará lidera a disputa com 11 amostras no páreo, seguido pela Bahia, que tem 8 lotes aprovados na primeira etapa. Espírito Santo e Rondônia têm 2 e 1 representantes, respectivamente, na categoria de variedade única.
Avaliação às cegas
A análise do sabor do cacau na forma de chocolate é a última etapa da seleção. A partir dos liquores são desenvolvidos chocolates de receita única contendo 70% de teor de cacau. Os chocolates são numerados e enviados para um júri de convidados especiais para prova às cegas. Entre os integrantes do júri desta edição estão a chef Helena Rizzo, jurada do Masterchef Brasil, o chef confeiteiro Lucas Corazza, jurado do programa Que Seja Doce da GNT, a chef chocolatière da Dengo Chocolates Luciana Lobo e ainda chocolate makers como Diego Badaró, da AMMA Chocolates e Cesar de Mendes, da De Mendes Chocolates, entre outros.
Prêmio
O Concurso Nacional de Qualidade de Cacau Especial do Brasil, que seleciona as melhores amêndoas produzidas no país, visa fortalecer a cacauicultura brasileira, valorizando e reconhecendo produtores que fazem um trabalho diferenciado, bem como incentivar a sustentabilidade em todo o processo produtivo. “A busca pela excelência é o fator principal para quem quer se destacar no mercado. Precisamos fazer o Brasil ser mundialmente reconhecido como produtor de cacau de alto padrão”, pontua Villela.
Os vencedores serão conhecidos em cerimônia realizada no dia 22 de novembro, em Ilhéus (BA) e podem ganhar até R$ 12 mil, de um total de R$ 24 mil em prêmios, além de certificado.
A premiação é uma iniciativa conjunta da cadeia produtiva do cacau, patrocinada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Governo do Pará (Sedap), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Governo da Bahia (Seagri), pela Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Centro de Inovação do Cacau (CIC), Dengo Chocolates, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez – Cocoa Life, Nestlé – Cocoa Plan, Gencau e SEBRAE. A realização é do CIC em parceria com a Ceplac.
Foto: Ana Lee / Divulgação