Desse total, estima – se que há 62 milhões de fêmeas em idade de reprodução, que poderiam usar a inseminação para aumentar a produtividade e qualidade do leite e da carne. Porém, somente 5% a 8% das vacas são enxertadas artificialmente. Depois de concretizar sua atuação nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a comercialização de sêmen expandiu – se para o Centro – Oeste, principalmente Goiás e Tocantins. A região vem ganhando uma divulgação mais intensa, principalmente porque produção leiteira do País. Para o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), Dorival da Cruz, o clima estável, proporcionado por chuvas regulares e boa qualidade da terra, apresenta – se como bastante propício para o trabalho de inseminação artificial. Comparando os resultados de 1997 e 1998 ( Janeiro a Setembro), o mercado registrou um acréscimo de 8,02% na comercialização de sêmen, passando de 3.458.836 doses para 3.736.609. Um aumento que não deve ser suficiente para atingir os esperados 20% pela diretoria da Asbia, principalmente porque o quarto trimestre é sempre o mais fraco. Fora isso, constatou – se queda no preço médio dos produtos, saindo de R$ 14,70 para R$ 11, 30, uma diferença de R$ 3,20. Uma realidade diretamente associada à crise da área leiteira, que, desestimulada, continuou consumindo, mas sêmen de qualidade inferior. De acordo com Cruz, essa redução é fruto dos baixos valores pagos aos pecuaristas, o que impede o acesso a uma genética mais avançada.
“Não deixaram de comprar, mas estão adquirindo material de touros mais baratos”. Sendo assim, mais um segmento clama por medidas adequadas para o leite importado, que ofereça condições para o leite importado, que ofereça condições para o produto interno competir em igualdade. Talvez, o desejo mais latente para a entrada de 1999. Como não há indícios de que o governo adotará essa questão, Cruz comenta que o jeito é trabalhar para, nos próximos 12 meses, alcançar no mínimo, os mesmos resultados, deste ano. ” Se for assim, já sairemos vitoriosos.”
Briga de gigantes
A luta pela primeira colocação no setor de inseminação artificial concentra – se nas atuações da Lagoa da Serra / Holland Genetics do BRasil e da Pec plan ABS. Numa disputa acirrada, colocam à prova todo seus potenciais estratégicos para vencer a briga comercial. De Janeiro a Junho, a Pecplan ABS levou vantagem, registrando a comercialização de 512.070 doses, entre material nacional e importado, contra 352.015 da Lagoa/Holand. No terceiro trimestre de 1998, os valores se inverteram e a Lagoa/Holland fechou o período com 363.000, cerca de 30.000 a mias que a Pecplan ABS. NA soma dos nove primeiros meses do ano, a Pecplan ABS mantém sua liderança. Para o diretor Geral da Pecplan ABS, Donário Lopes de Almeida, 1998 foi um ano atípico para a companhia, em função da renegociação da composição societária da empresa, que reduziu significativamente as atividades, principalmente porque ficou, de Janeiro a Setembro, trabalhando somente com estoques, sem fazer a reposição dos materiais importantes – em agosto, a ABS Global, que detinha 40% das ações da central no Brasil, comprou os outros 60%, assumindo seu controle total. Para o diretor de Marketing da Lagoa/Holland, Paulo Portilho, o ano representou a recuperação de duas corporações em dificuldades, que se uniram e voltaram a crescer – a LAgoa, que era do Grupo Bamerindus, sofreu intervenção do Banco Central, e a Holland, que ficou fora do mercado brasileiro nos últimos oito meses de 1997. Com previsão para fechar Dezembro com os mesmo patamares do ano passado, quando comercializaram 1,4 milhão de doses, a Pecplan ABS, agora com maior autonomia, prepara – se para trazer uma bateria forte de genética, reforçando sua participação junto à pecuária de corte. Com boas perspectivas para 1999, Almeida espera crescimento da demanda, porque, face às dificuldades econômicas, os criadores estão migrando para a tecnologia, atrás de produtividade e lucratividade. ” Nesse sentido, a inseminação artificial apresenta – se como a ferramenta ideal, provando que sua aplicação não deve ser vista como investimento de longo prazo. Ao utilizá – la, pecuarista tem resultados imediatos, mesmo em épocas de crise.” Não é à toa que nos últimos 10 anos o setor vem apresentando um crescimento anual de aproximadamente 10%, que deve se manter até 2003. Frente a isso, a Pec plan ABS não para de se preocupar com serviços, treinamento e informatização das revendas. Atualmente 30% do faturamento da empresa parte de transações via Internet, o que diminui os custos e gera rapidez no atendimento. ” Não se trata apenas da venda de sêmen, mas da oferta de soluções aos criadores. Essa tornou – se a filosofia da Pecplan ABS.” Por sua vez, a arrancada da Lagoa/Holland neste final de 1998 é resultado de uma série de detalhes que foram sendo ajustadas durante o ano. Com certeza, um fator que contribui para essa alavancagem foi a oferta das melhores genéticas mundiais de cada raça, com ressalvas ao sêmen do reprodutor holandês Etazon Celsius TL, de propriedade da Holland Genetics, que, em maio, assumiu o primeiro lugar no ranking norte – americano. Na época, classificou – se com 192 pontos a mais que o segundo colocado. ” Só trabalhamos com material de alto padrão de qualidade. Vamos buscá – los onde quer que estejam”, completa Portilho. No ano que vem, o gerente de Marketing espera consolidar a liderança conquistada neste final de 1998, pontuando um crescimento em torno de 30%. Para isso, está acertada a contratação de dois técnicos de nível superior e três gerentes de área. Somente nesse dois setores, já está aprovado um investimento de R$ 800.000,00. ” Não há mias espaço para amadorismo. Só ficará no mercado quem tiver qualidade de serviço e competitividade nos preços.”