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Investimentos não param, nem com a crise

A frase é do presidente da Merial Brasil, Jorge Solé, única fonte do setor de produtos veterinários que respondeu a tempo os pedidos de entrevista da Revista Rural. Colocando a casa em ordem, depois da fusão das divisões de saúde animal e genética avícola da Rhône – Poutenc e Merck Co,. organizou o departamento de marketing e o sistema de distribuição, além de otimizar as áreas de manufatura e a cadeia de fornecedores. “Fizemos tudo sem perdermos um dos nossos maiores valores: o serviço aos clientes.” Com o lançamento de quatro artigos, a Merial agitou o segmento de ruminantes com o Ivomec Gold marcando um importante passo no que se refere ao controle parasitário. Para tanto, foi investido US$ 9 milhões numa planta industrial, com o objetivo de atender a demanda brasileira e, depois, de outros mercados internacionais. ” Assim como o Ivomec Clássico representou uma revolução nos anos 80 e 90, o novo produto mostra – se uma evolução muito acima de qualquer item da concorrência”, confia Solé. Para cachorros, colocou no mercado o Recombitek, primeira vacina para cães produzida por engenharia genética; em avicultura, introduziu uma nova tecnologia na formulação baseada no conceito de microemulsão, que reduz reações pós – vacinais em matrizes e galinhas de postura, melhorando os padrões e imunização; e, para a suinocultura, apresentou o Myco Hyo, uma vacina contra microplasmose mundialmente conhecida por criadores. Fora isso, a Merial conseguiu, por parte do governo brasileiro, que sua unidade de produção de vacinas contra febre aftosa, localizada em Paulínia (SP), fosse reconhecida como Laboratório com Biosegurança. Para a desembolsou US$ 3 milhões, construindo o que é hoje, a maior indústria de produtos para saúde animal do Hemisfério Sul. ” Nessa planta, temos condições de fabricar 50% da necessidade nacional da vacina contra febre aftosa sob os mais rígidos padrões de biosegurança.”

Numa avaliação geral do mercado, o executivo lamenta a crise econômica, reforçando que o setor foi diretamente afetado pelo aumento dos custos no gado de corte e pela situação calamitosa da área leiteira.

Somando a isso, lembra da falta de linhas de créditos e as altas taxas de juros. Um conjunto de problemas que tem drenado o capital de giro dos pecuarista, o que pressiona a baixa dos preços por parte da indústria. ” Termos compensado o déficit com o aumento do volume de vendas. No entanto, incluídos os crescentes índices de inadimplência, essa realidade nos oferece lucros operacionais significativamente baixos. Para se ter uma idéia, os preços da vacina contra febre aftosa estão 50% inferiores aos níveis registrados historicamente.”

Assim, Solé não faz previsões favoráveis para 1999. Segundo ele, a atual recessão continuará causando um forte impacto sobre a indústria de saúde animal, principalmente durante o primeiro semestre. ” A redução das taxas de juros não será de revitalizar a economia.”

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