Alongamento da safra e condições adversas no clima provocaram redução de 20 milhões de toneladas em relação à segunda safra do ano passado, segundo os dados da AgRural.
Quando analisamos o calendário agrícola, de maneira geral, a segunda safra se inicia logo após a colheita da primeira, entre janeiro e maio. Momento em que o produtor entra com as semeadoras no campo, o principal objetivo é que a cultura receba as últimas chuvas do verão, fator essencial para o desenvolvimento da cultura.
Essa safra, em especial, entrou muito tarde no campo, devido ao alongamento da primeira safra. Por outro lado, podemos dizer que esse foi um risco calculado pelo pecuarista, visto que não é vantajoso deixar a terra descoberta, sem cultura, além da oportunidade de melhor remuneração, considerando o aumento dos preços das commodities no mercado interno.
Durante esse período, as baixas temperaturas, escassez de chuvas e registro de geadas reduziram ainda mais a produtividade. Em regiões como o estado do Paraná, as geadas provocaram a queima das plantas, impossibilitando o desenvolvimento dos grãos e provocando a quebra da safrinha. Por conta da menor produção e alta demanda do mercado externo, os pecuaristas se viram em um cenário muito complicado de oferta do principal alimento para o gado.
Segundo os dados da CONAB/GEFOC, os estoques totais de milho em agosto estavam em 38,9 mil ton, 78% menor que no mesmo período do ano passado. As cotações da commodity reagiram à baixa oferta no mercado e fecharam o mês de agosto em 98,64 reais a saca, no Indicador CEPEA, o que representou alta de 1,2% em relação ao mês de julho.
Dessa maneira, a combinação do baixo estoque de milho no mercado interno com a aproximação do final da janela de colheita de uma safrinha fraca, traz um viés altista nas cotações, o que pode refletir em grande dificuldade na compra da commodity no curto prazo.
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