Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Árabe, Francisco Vilaro Carrasco, num primeiro momento, a crise foi prejudicial, mas, depois, contribuiu para aumentar o nível do plantel. O número de nascimento raça caiu de três mil animais em 1987 para dois mil em 1998. ” Antes de mais nada, somos selecionadores.
Então, encaramos a diminuição como um elemento saudável, pois perdemos quantidade e ganhamos em qualidade”. Taxada como uma das raças que mais sofre desvalorização, a Árabe encontrou na exposição o caminho para sua valorização. Nos últimos cinco anos, entre 80 e 100 animais têm como destino os vizinhos da América do Sul, os Estados Unidos e a Europa. Em função disso, Carrasco faz uma crítica às análises do setor, que se baseiam nas médias alcançadas em leilões. Segundo ele, considerando – se os valores negociados no exterior, o Árabe subiria para o primeiro lugar no ranking. ” Além disso, o segundo colocado ficaria bastante distante, pois a média que vem sendo divulgada não corresponde à realidade. Vendemos praticamente três leilões de altíssimo nível para fora do País e esses valores não entram na avaliação”. Cerca de 30 cavalos são comprado9s anualmente pelos EUA, o maior e mais exigente mercado de eqüinos do mundo. Por outro lado, Carrasco comenta que o Árabe conquistou espaço nos trabalhos de enduro, deixando de ser apenas um animal de conformação. Em provas de longa distância, com mais de 100 Km, os animais têm sangue da raça, quando não são puros. O grande propósito, no entanto, é estimular ainda mais as exportações. A Associação está apostando pesado na Exposição Nacional da Raça Árabe, de 07 a 15 de Novembro. O objetivo é atrair o máximo de criadores estrangeiros, para que a qualidade dos animais brasileiros seja bastante divulgada. Para tanto, foi instalada uma comissão de fomento, que elaborou um material de 80 páginas sobre a raça no Brasil, publicado na edição de Setembro da Revista Arabian Horse Times. Fora isso, desde o ano passado, a Revista Cavalo Árabe, veículo da Associação Brasileira, passou a circular nos países do Mercosul. Na prévia da raça, que aconteceu na Exposição Internacional de Avaré, de 03 a 07 de Setembro, participaram 231 animais, o recorde do evento, e concretizaram – se a venda de cinco cavalos para os Estados Unidos. ” A exportação fez a diferença para o nosso setor.” Do Sul para o Brasil. Com um cadastro de 110.000 animais vivos registrados, a Associação Brasileira de Criadores de Crioulos também vive um de seus momentos mais significativos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. Henrique José de Queiróz Marim Teixeira, a raça está em sua melhor fase. Presente em quase todos os Estados, com 85% do plantel no Rio Grande do Sul, 4,3% no Paraná, 3,2% em São Paulo e 1,8% Santa Catarina, o plantel de Crioulos vem, nos últimos seis anos, apresentando modificações no perfil de seus criadores. O que se concentrava entre os produtores que atuavam diretamente no campo, migrou para proprietários urbanos. ” Na maioria profissionais liberais, com pequeno número de animais, mas que investem pesado no desenvolvimento da raça, com aplicações em genética e outras melhorias.”
Como o ano do Crioulo é pautado da realização de uma Expointer a outra, a entidade ainda não divulgou os projetos que devem ser incorporados ao trabalho da Associação. A reunião da diretoria acontece neste mês, quando serão avaliados os resultados alcançados na última exposição e, a partir daí, traçadas as próximas metas. Antecipando – se às conclusões do conselho, Teixeira comenta que uma das metas é aumentar o quadro de sócios. O objetivo é incentivar os cerca de 8.500 criadores que ainda estação de fora da instituição – atualmente há 2.000 associados.
Um fato importante que ocorreu na Expointer deste ano foi a realização de um remate antes do julgamento morfológico e funcional da raça, que alcançou uma média de R$ 10.500,00, totalizando R$ 226.000,00. Além disso, pela primeira vez, o evento sediou um leilão particular: as Cabanhas Paineiras e Junco, de Uruguaiana, levaram seus animais à venda, somando uma receita de R$ 300.000,00. ” Passando as eleições, o setor voltará a movimentar novos negócios expressivos”. Grandes negócios Também estão ocorrendo com o Quarto de Milha.
Em 1997, foram promovidos 37 leilões da raça, com média de R$ 5.103,00 para 1,708 animais e receita de R$ 8.717.000,00. De Janeiro a Setembro deste ano, aconteceram 14 remates, que registraram média de R$ 7.300,00 para 852 cavalos, um total de R$ 6.200.000,00. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Quarto de Milha (ABQM), Ovídio Ferreira, tais dados provam que houve valorização no valor dos animais. Para ele, o principal motivo é a versatilidade de lazer. ” Há Quarto de Milha para os mais variados gostos e idades, que atendem as necessidades de um público infantil e adulto”. Somado a isso, Ferreira lembra que o Quarto de Milha é o animal oficial dos eventos da Federação Nacional de Rodeios. E mais: com a entrada da categoria Rédeas nas Olimpíadas do ano 2000, a raça deverá vivenciar bons momentos. ” O Quarto de Milha possui uma das melhores performances nessa modalidade. A raça vai trazer uma medalha para o Brasil”, confia o presidente.
Com 51% dos eqüinos de todo o mundo, o Quarto de Milha faz presença no Brasil com um plantel de 300.000 animais. Para estimular a divulgação da raça e facilitar o acesso de seus associados às informações da entidade, há 1,5 ano, de informatização, cuja conclusão ocorrerá até o final do ano. Até agora foram investidos cerca de R$ 250.000,00 e, em Novembro, deve começar a funcionar a home page da entidade – www.abqm.com.br. Com um eficiente banco de dados, a página possibilitará o acesso a informações sobre a raça e facilitará as consultas dos sócios. Segundo Ferreira, a associação nunca foi preparada para o futuro, como está sendo feito hoje. ” A falta de rapidez gerava situações desagradáveis com quem nos procurava. Então, estamos trabalhando para crescer com condições de absorver o que exige uma grande demanda”. Outro trabalho da entidade visa a definição de uma atuação mais presente dos núcleos e associações estaduais e regionais. Nas palavras de Ferreira, ” trata – se de repartir responsabilidades. O objetivo é ficarmos mais próximos dos proprietários da raça”.
Por sua vez, a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) computou bons resultados na última exposição nacional da raça, ocorrida de 19 a 26 de Setembro, em Belo Horizonte. ” Terminamos o evento com saldo semelhante ao do ano passado. Considerando a crise generalizada, foi um resultado bastante significativo”, comenta o presidente da entidade, Alexandre Rocha de Miranda.
Com a participação de 650 animais, os negócios da mostra ficaram em torno de R$ 900 mil e R$ 1 milhão. Desse total, o leilões de matrizes respondeu por R$ 109.200,00, com a venda de 21 cavalos, com média de R$ 5.200,00.
O animal mais caro foi Sandéia da Santa Terezinha, da Siara Agropecuária Ltda, arrematada por R$ 16mil por João Maurício Villano Ferraz. A presentando 18 lotes, o leilão de castrados arrecadou R$ 46.800,00, com média de R$ 2.600,00. A maior cotação foi de Junqueira Dourado, com R$ 5.800,00, vendido por Antônio Josino Ribeiro dos Santos. Com cerca de seis mil associados, a propostas para o próximo ano hípico. Mas Miranda revela que as atividades intensificarão os trabalhos que valorizam os criadores já fixados. ” Com certeza, concentraremos esforços em estratégias mercadológicas, mostrando que a raça é brasileira e que está sendo exportada. Na Alemanha, são mais de 400 Mangalarga Marchador.”