O período de gestação das vacas leiteiras envolve vários desafios fisiológicos. Com a chegada das bezerras, as fêmeas têm variação no nível hormonal e mudanças corporais, às quais, entre outras mudanças, dificultam a ingestão de água e alimentos. E isso é um grande obstáculo para a sua sustentação e da própria cria. “É um período muito difícil. As vacas entram em Balanço Energético Negativo (BEN), desequilíbrio entre a demanda energética e a capacidade de consumo, e pode aparecer a hipocalcemia, falta de cálcio na corrente sanguínea no período pós-parto”, informa a zootecnista Jessica Poncheki, consultora técnica comercial da Auster Nutrição Animal.
“É importante estabelecer a dieta correta no pós-parto o quanto antes. Fazer com que o rúmen da vaca esteja ativo e funcional é fundamental para aproveitar ao máximo os nutrientes” recomenda Jessica Poncheki. Ela ressalta que para os animais superarem esse período é preciso cuidar para que o BEN seja o menos intenso e com a menor duração possível. “Um bom manejo nutricional envolve dietas aniônicas cerca de 21 dias antes do parto, pois proporciona reposição de cálcio”.
Além da alimentação, é importante levar em consideração o conforto e o bem-estar animal, ou seja, a visão integrada da vaca no que diz respeito ao manejo e ao ambiente. Deve-se atentar a questões simples, mas muito relevantes, como o período do tempo em que a vaca fica deitada, pois pode estar relacionado à qualidade de cama ou à lotação; enchimento ruminal: pode ser reflexo de características da dieta ou até mesmo acessibilidade à dieta; e até problemas com ventilação, que pioram a condição de estresse térmico. Todos esses cuidados devem ser acompanhados de perto, no pré-parto e também durante os primeiros 20 a 30 dias após o nascimento das bezerras.