Desde criança José Luiz Marques Cardoso ajudava os pais na fabricação de queijo serrano, no distrito de Cazuza Ferreira, município de São Francisco de Paula. “Eu não tinha força de amarrar um terneiro e já tava circulando com eles na lida de se tirar o leite. E naquela época era tudo feito à mão”, relembra. Hoje, com a ajuda da esposa Inez, a Queijaria Sopro do Minuano fabrica 5 quilos de queijo por dia e é a primeira agroindústria familiar gaúcha a conquistar o registro de produto artesanal junto à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). Com isso, os queijos poderão ser comercializados com o Selo Arte em seu rótulo. “Foi um presente de aniversário para a Inez, que completou 67 anos no último dia 8. Agora, vamos pode atender aos muitos pedidos que temos de vendas pra fora do Estado”, comemora Cardoso.
O produtor conta que a Sopro do Minuano fica na comunidade de Potreiros e comercializa seus queijos há 42 anos, na região metropolitana de Porto Alegre e parte da serra gaúcha. “Recebemos ajuda de outros membros da família para produzir nos finais de semana, inclusive do filho Márcio. Na verdade, já estamos na quarta geração de família produtora de queijos. Sempre tivemos o incentivo dos pais, falecidos há mais de 15 anos. Eles diziam que o queijo é uma fonte de renda significativa para a manutenção da família e da propriedade”, comenta. “E agora com o Selo Arte, vamos conseguir mais abertura para comercializar e agregar valor ao nosso produto”.
Para a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, essa é mais uma grande conquista para a agricultura e a economia gaúcha. “O reconhecimento do Selo Arte traz prosperidade para os pequenos agricultores. Agora o país inteiro poderá saborear o queijo produzido em São Francisco de Paula”, destaca.
No Rio Grande do Sul, são 123 produtores de queijo artesanal serrano em 16 municípios nos Campos de Cima da Serra que já solicitaram acesso ao Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF). “A Divisão de Agroindústria da SEAPDR fica à disposição dos produtores para fins de atualização cadastral e suporte técnico dos veterinários dos Sistemas de Inspeção Municipal (SIM) da região, para que todos estes tenham condições de adesão ao Selo Arte”, destaca a chefe da Divisão de Organização das Agroindústrias Familiares da SEAPDR, Maluza Machado.