Este sistema, conhecido mundialmente pela sigla GPS é parte integrante de um novo conceito chamado de Agricultura de Precisão que preconiza o controle total sobre toda atividade agrícola da propriedade rural com o auxilio de computadores e do satélite. Conforme explica o gerente de engenharia de vendas da AGCO do Brasil, fabricantes dos produtos Massey Ferfuson e Ideal, Arci Mendes, para utilização deste sistema e obtenção dos resultados esperados, o produtor precisa alterar um pouco sua forma de trabalhar, uma vez, que é necessário se propor a gerenciar todo o processo de realização da lavoura. “Isto envolve a escolha do pessoal, da área, da semente, do adubo, do equipamento e mais uma série de coisas importantes na realização deste negócio chamado plantar”, afirma.
COMO INICIA – O processo dos GPS inicia no momento da colheita. A colheitadeira é equipada com um sensor de medida de tonelagem e um computador com um software específico. O sistema, hoje pode funcionar de duas maneiras: o primeiro processa os sinais emitidos via freqüência modulada de rádio para uma base (ponto de referência) – a sede da propriedade, por exemplo -, e, de lá, um sinal é enviado para um satélite, retornando a informação ao ponto de partida. Na segunda maneira, já mais moderna, os sinais são enviados diretamente da colheitadeira ao satélite que, ao devolvê-lo dá ao operador as informações sobre amostras de solo, mapa de área de colheita, produtividade por área, entre outros dados. Ao final desta etapa de trabalho, o produtor imprime um mapa das áreas trabalhadas e pode melhor avaliar seus resultados e preparar a terra para o próximo plantio sabendo quais serão as necessidades nutricionais da área escolhida, qual o melhor equipamento, quantidade de sementes, etc.
Segundo Mendes, isto resulta em um trabalho mais racional, mais planejado e procura diminuir os riscos, os desperdícios e, é claro, os custos. “É um sistema que proporciona ganhos de produtividade, redução do uso de energia, melhor ganho por área e menor impacto sobre o meio ambiente”, relata. O gerente acrescenta que, com este sistema, é possível também calcular a lucratividade por área colhida, mostrando ao produtor, ao final, o resultado do trabalho dele.
Acreditando que esta tecnologia tem espaço no mercado brasileiro e que, a médio prazo, deixará de ser um luxo, a Case do Brasil, fabricante de tratores e colheitadeiras, uniu forças contra três empresas, a Algar, a Dupont e a Manah para pesquisar e introduzir no mercado brasileiro o GPS. Segundo Alexandre Elias, engenheiro responsável pela área de aplicação de produto na Case, o sistema que está sendo introduzido no país é chamado de AFS (Advanced Farming Syatem) e que se diferencia do GPs por um detalhe que é a introdução de um sistema de correção de posicionamento da máquina em tempo real. Conforme explica e engenheiro, o DGPS como é chamado, realiza esta correção porque o sinal que vem do satélite chega, geralmente, distorcido o que pode ocasionar distorções nos resultados.
Elias explica, no entanto, que para corrigir a informação, é necessário haver um ponto fixo, com distância relativamente próxima da propriedade ou da lavoura, que possa captar o sinal do satélite, e retransmitir até a colheitadeira. “Dessa forma, os dados finais sairão corretos”, assegura. Os testes iniciais deste sistema já estão sendo feitos, no Brasil, nas propriedades do grupo Algar e a estimativa é que a divulgação ainda neste semestre.
Pela AGCO, o gerente de engenharia de vendas, Arci Mendes, acredita que muito em breve a empresa já ofereça o melhor desta tecnologia aos produtores brasileiros. “Com a entrada da empresa dinamarquesa Drönningborg, especializadas em GPS, ao grupo AGCO Corporation, a colocação deste equipamento no país, uma vez que tanto na Europa quanto nos EUA, há mais de dez anos de fábrica com o GPS”, assinala.