O processo de identificação animal é um método eficiente para registrar o desempenho dos rebanhos e uma importante ferramenta de manejo que pode ser usada para aumentar a eficiência pecuária. De acordo com o Manual de Boas Práticas de Manejo de Identificação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o ideal é que a identificação animal seja realizada o quanto antes, preferencialmente nos primeiros dias de vida do bezerro.
Medida adotada pelo Grupo Rezende, que se dedica ao ciclo completo, e que aponta somente benefícios para este manejo. Parceiro da Allflex, empresa líder mundial em identificação e monitoramento de animais, o projeto de pecuária de corte idealizado no estado do Mato Grosso engloba um rebanho de cerca de 40.000 cabeças 100% identificadas. Os animais estão divididos nas fazendas Santo Antônio das Três Marias e Peixe de Couro, em Santo Antônio do Leverger (MT), e a terminação nas fazendas Santo Antônio do Ouro Branco e Santo Antônio da Mulateira, em Juscimeira (MT).
Lá, todos os animais são identificados logo nos primeiros dias de vida. As matrizes, prenhas via IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), seguem para pastos maternidade no final da gestação. Logo após o parto, geralmente até três dias, os bezerros passam por um cuidadoso protocolo sanitário e de identificação / cadastramento de dados. É durante este manejo que os bezerros são relacionados com as respectivas mães, pesados, vermifugados, recebem tratamento de cura do umbigo e identificados com o brinco da Allflex, ainda no pasto maternidade.
Para evitar problemas de infecção das orelhas dos bezerros recém-nascidos por conta dos brincos de identificação o Grupo Rezende optou pelo uso de um alicate de perfuração antes do uso do alicate de pressão. E o uso de uma pomada analgésica tópica, consorciada a um inseticida contra moscas. Com estes pequenos cuidados os problemas de infecção de orelha dos bezerros do Grupo Rezende são desprezíveis.
“Todo programa de melhoramento genético é ‘amarrado’ com a genealogia. Por isso, é importantíssimo termos uma identificação precisa dos animais desde o nascimento, para associarmos de forma precisa os mesmos aos seus pais, bem como aos dados de cada manejo realizado. Identificar os bezerros nas primeiras horas de vida é mais fácil para sabermos quem é a mãe e já informarmos ao sistema. Essa identificação e todos os manejos do animal são lançados e validados na hora nos softwares de coleta de dados da fazenda”, explica José Ricardo Rezende, sócio-diretor do Grupo Rezende.
Rezende aponta que outro ganho da identificação animal logo no nascimento é a facilidade de identificar de forma visual, durante o manejo da maternidade, qual bezerro, eventualmente, ainda não recebeu o protocolo, sem a necessidade de imobilização. “Se está sem brinco eu sei que aquele bezerro não recebeu o protocolo com os cuidados sanitários estipulados, por exemplo”, diz.
Para ele, a identificação animal alia tecnologia, segurança e precisão nas informações, além de agilidade no dia a dia. “Temos o controle de todo o rebanho. A leitura automatizada dos códigos de identificação é mais rápida, prática e precisa. Parte da minha operação é venda de animais para abate e, com isso, também agrega valor para conseguir um diferencial de preço, afinal nossos animais estão habilitados à exportação”, salienta.
“Desenvolvemos uma pecuária extensiva, mas com grande uso de tecnologias de ponta e de gestão. A identificação animal é vital para todo o trabalho de melhoramento genético desenvolvido pela empresa, além de termos importantes controles zootécnicos e até para o simples controle de estoques. Nós não saberíamos trabalhar de outra forma hoje em dia. Os animais são identificados com brincos integrados ao SISBOV e todo processo agrega precisão e confiança nos dados”, finaliza José Ricardo Rezende, sócio-diretor do Grupo Rezende.
Para o zootecnista Ivo Martins, diretor comercial da Allflex, a identificação individual dos bovinos é um investimento que só traz benefícios para atividade pecuária, pois permite ao produtor fazer um controle maior e ter a rastreabilidade do rebanho, com informações completas que ajudam na tomada de decisões mais assertivas para o negócio. “Com isso, é possível fazer o inventário e um completo controle zootécnico de cada animal, podendo ser acompanhado por meio de softwares que podem ser instalados no computador ou até mesmo no celular. Toda essa tecnologia vem para facilitar os serviços, dar mais agilidade no manejo e maior segurança na gestão das informações”, afirma.