No primeiro bimestre de 2021, as despesas com a atividade leiteira continuaram em alta e os valores pagos pelo leite ao produtor tiveram desvalorização. Diante desse cenário, a previsão para esse ano é de mais dificuldade no controle dos custos de produção, exigindo cautela e planejamento por parte do pecuarista.
A avaliação é do boletim “Ativos da Pecuária de Leite do Projeto Campo Futuro”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com a publicação, a pressão sobre os custos é consequência dos atuais preços dos grãos. Ao considerar os valores de custo sob o ponto de vista dos resultados da “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), os desembolsos com a alimentação concentrada (milho e farelo de soja) subiram 6,23% nos dois primeiros meses de 2021, segundo dados do Projeto Campo Futuro.
Por outro lado, no mesmo período, a receita por litro de leite comercializado registrou retração de 4,3%, também com base na “Média Brasil”. Nesse contexto, o ano inicia com mais pressão sobre o poder de compra do produtor de leite, que ao longo de 2020 viu o custo com concentrado na atividade disparar.
O documento destaca ainda que o restante do ano de 2021 deve permanecer com os custos de produção elevados para o produtor de leite. Fatores como câmbio, exportações dos grãos e incertezas climáticas para a segunda safra de milho devem ditar os mercados dos principais insumos nos próximos meses.
Diante dessa previsão, a CNA orienta os produtores a fazer o acompanhamento sistemático dos mercados e, principalmente, o uso eficaz de ferramentas de gestão dos custos de produção.