Por Edeon Vaz Ferreira* –Na última semana, no dia 15 de março, segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu todas as ações que estão sendo feitas em relação à Ferrogrão, no âmbito da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério da infraestrutura.
Por meio desta ferrovia, se prevê conectar Mato Grosso às regiões Médio Norte e Norte, grandes produtoras de grãos, pelo município de Sinop (MT) até os portos fluviais de Miritituba, no Pará, nas margens do rio Tapajós, em um traçado de 933 quilômetros paralelo à rodovia BR-163.
A medida tomada pelo ministro tem sido considerada um absurdo pelo meio. Sua suspensão se baseou no fato de que a desafetação do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, por onde passará a Ferrogrão, foi feita por Medida Provisória (MP) e não por Projeto de Lei (PL). Porém, uma MP também é discutida no Congresso Nacional para ser transformada em lei.
Nós não vemos nenhum problema ambiental para a construção da Ferrogrão. Para Mato Grosso, ela é a mais importante das ferrovias. Embora a Ferronorte e a FICO (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste) sejam também importantes, a Ferrogrão será a grande balizadora dos fretes para o estado e para o Brasil. Nós temos que continuar lutando para que a Ferrogrão se torne realidade.
Alexandre de Moraes se equivocou da forma que está atacando o setor produtivo de Mato Grosso. Não concordamos e apoiamos o Procurador-geral da República, Augusto Aras, quando ele pede ao plenário que não concorde com a liminar.
O Ministro está prestando um desserviço à nação brasileira e ao setor produtivo de grãos.
(*) Edeon Vaz Ferreira, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Diretor Executivo do Movimento Pró Logística de Mato Grosso