Levantamento inédito feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE), utilizando a internet, apontou que de 2010 a 2019 morreram 2.973 cabeças de gado atingidas por raios no Brasil; um número 3,3 vezes maior que o número de pessoas vítimas do fenômeno, que somam 898 mortes no mesmo período. Isso porque diferentemente dos casos de mortes de pessoas por descargas elétricas, onde geralmente morre uma em cada evento, no caso dos animais a média é de que 18 cabeças de gado morrem por evento.
No período estudado, a perda estimada pelas mortes dos animais é de cerca de 15 milhões de reais, ou seja, um prejuízo médio de cinco mil reais por morte de animal aos criadores. Porém, acredita-se que o número real de mortes e, consequentemente, dos prejuízos, devam ser maiores, pois alguns casos podem não ter sido divulgados na internet. Uma estimativa baseada na variação anual das mortes no período do levantamento sugere que o número real de mortes pode estar em torno de quatro mil cabeças de gado e os prejuízos em torno de 20 milhões de reais.
Em termos de distribuição de número de mortes por região brasileira: centro-oeste (976), sudeste (648), norte (576), sul (539) e nordeste (234). Mato Grosso é o estado com maior rebanho de gado do Brasil, com cerca de 31 milhões de cabeças e, também o líder no ranking dos 10 estados com maior número de mortes de animais, com 437 mortes, seguido por São Paulo (361), Mato Grosso do Sul (358), Tocantins (249), Rondônia (240), Minas Gerais (190), Rio Grande do Sul (183), Santa Catarina (183), Goiás (181) e Paraná (173), totalizando 86% do total de mortes no país.
O maior número de animais mortos por um único raio foi de 103 animais, em 16 de março de 2018, em Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho. Os animais morreram enquanto tentavam se abrigar embaixo de uma árvore durante a tempestade.