Opinião

Em tempos de pandemia: acolher para equilibrar

Por Ana Cintia Avelar* –  Há vários meses vivendo uma pandemia, algumas situações já foram estabelecidas como rotina. Mas isso é também passageiro (acredite!). Tudo pode mudar novamente. E sem aviso prévio.

Certamente você tem colaborado muito para minimizar as sequelas avassaladoras deste momento – respeita o distanciamento social, segue os protocolos de higienização, usa máscara etc. Sua atitude perante o que está posto surtiu e ainda surte um efeito bastante positivo no coletivo.

Em meio a tantos acontecimentos dentro e fora de seu universo particular, como encontrar equilíbrio emocional, a mais justa equação?

Essa é uma pergunta cuja resposta só você pode dar e ela será única e exclusivamente sua – com sua identidade, necessidades, dores e história de vida.

Aqui no meu mundo, temos aproveitado mais momentos juntos em família. Nos jantares, por exemplo, nem sempre conseguíamos reunir todos; isso agora é possível. Jogos de tabuleiro aos sábados à noite têm garantido um pouco de diversão, andamos de bicicleta nos fins de semana e fazemos eventos virtuais com o restante da família para amenizar a saudade.

Tenho observado um movimento muito maior das pessoas – e aqui falo como líder de RH e também como cidadã – na busca por autoconhecimento. Algo necessário para qualquer fase da vida, mas que, agora em que as emoções parecem estar à flor da pele e ganham proporção e intensidade bem maiores do que o habitual, torna-se imprescindível.

Podemos nos sentir, por vezes, apáticos ou à beira de um colapso mental, ansiosos por respostas imediatas para tudo, com medo do futuro; afinal, as mudanças ao longo desses meses foram muitas e as adaptações que tivemos de fazer também, e tudo isso gera no corpo uma sensação de exaustão, como se estivéssemos doentes ou sem dormir (ainda que depois de uma boa noite de sono).

Para qualquer uma dessas situações, falar será sempre a melhor solução. Compartilhar seus sentimentos com um médico, um familiar, um amigo, um gestor, é de extrema importância. E aqui entendo acolhimento como a palavra da vez – tanto para os seus sentimentos quanto para o que o outro lhe confessa ou demonstra.

Empatia e sensibilidade também caminham lado a lado com isso. Colocar em prática a habilidade de escuta ativa – ouvir, procurar entender – para só então responder.

Como companhia, que desde o início colocou as pessoas no centro de tudo, entendemos que esse deva ser o norte para cada um e, principalmente, para os gestores, que se depararam com uma nova missão para conduzir suas equipes.

Nesse sentido, estimulamos que eles criassem uma cultura de empoderamento, gentileza e cordialidade entre as pessoas por meio de feedbacks e de uma relação que priorize transparência, honestidade e confiança. Promovemos ações que falaram sobre saúde mental, demos continuidade às aulas de ioga e meditação, e, claro, nós nos mostramos atentos a alguma necessidade específica dos nossos colaboradores.

O que estamos vivendo é algo inédito para todos. Precisamos estar suficientemente saudáveis para conseguirmos enfrentar os desafios que a realidade pós-pandemia vai nos apresentar, seja no ambiente corporativo, seja fora dele.

(*) Ana Cintia Avelar é Diretora de RH da Zoetis Brasil

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