Conhecida também como gripe do frango, a gripe aviária é transmitida por aves. Surgiu em Hong Kong no ano de 1997 e, na época, para evitar que a doença se espalhasse, cerca de um milhão e meio de aves foram mortas. Nos dias atuais, a gripe já passou por cerca de 36 países em todo o mundo, tendo os maiores focos na Ásia e na Europa, já que o vírus é predominante em locais de temperatura baixa e pode causar problemas sérios para os infectados tanto aves como ser humano.
A transmissão da gripe se dá pelo contato direto ou indireto de aves domésticas com aves selvagens migratórias, principalmente patos asiáticos que são hospedeiros naturais do vírus. As aves são infectadas principalmente pelo contato com o vírus presente nas secreções respiratórias e fezes de aves infectadas, especialmente através de objetos contaminados. É necessário estar sempre alerta com o comportamento dos animais e os possíveis sintomas da doença que podem ser extremamente variados. Dentre eles estão plumagem eriçada, problemas respiratórios (tosse, espirros, corrimento nasal ou ocular, sinusite), diminuição da produção de ovos, dificuldade de locomoção, cianose de crista e barbelas, diarreia e edema de cabeça e face, diminuição do consumo de ração e depressão. Estes sintomas podem aparecer de maneira isolada ou em conjunto.
A morbidade e a mortalidade são altamente variáveis e dependem de fatores como a patogenicidade do vírus e da presença ou não de infecções bacterianas secundárias que podem aumentar, por exemplo, a mortalidade da doença. Por se tratar de uma doença de notificação obrigatória e imediata da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), caso seja detectada a doença, a recomendação é que os médicos veterinários, técnicos produtores ou qualquer pessoa que tenha conhecimento que indiquem suspeita da doença, notifiquem imediatamente ao SVO (Serviço Veterinário Oficial)
Medidas de prevenção podem ser adotadas nas propriedades para evitar a introdução da doença, como: manter cerca de um metro de altura ao redor do núcleo de criação; restringir a entrada de pessoas e animais no aviário; promover a desinfecção dos aviários e dos equipamentos que são utilizados em seu interior; efetuar o controle de pragas e o correto descarte de resíduos inclusive de carcaças; repovoar os galpões com aves de precedência idônea, realizar o tratamento da água de consumo das aves e fazer o monitoramento de sua qualidade microbiológica semestralmente, criar lotes de aves de idade única no sistema all-in all-out (ou seja, manejo das aves em galpões de forma a evitar contágios).
Em setembro, foi confirmado o primeiro foco de gripe aviária na Austrália e nesse mês já foram confirmados casos na Rússia e no Cazaquistão. Apesar de ser uma doença com alto risco de contaminação e que se espalha rapidamente, o Brasil possui medidas eficazes que já preveniram a entrada do vírus há alguns anos, quando o Chile reportou casos. Não é possível premeditar a possibilidade de a gripe atingir o país, mas esses cuidados tomados na fronteira têm evitado o problema até o momento.
Entre os 15 vírus diferentes da gripe 3 subtipos estão mais ligados a maioria de casos de infecções em humanos: o H5N1, H7N7 e o H9N2. Porém o vírus H5N1 causa uma preocupação especial pois sofre mutações rapidamente e possui propensão para infectar outras espécies de animais, inclusive o homem.
A transmissão ocorre da mesma forma que acontece com as aves, pelo contato direto com aves ou excreções contaminadas. Os sintomas são garganta inflamada, dor de cabeça, dores musculares, febre alta, tosse e problemas respiratórios. Como os sintomas são muito parecidos com a de uma gripe comum, uma das grandes preocupações é que o infectado não vá ao médico e transmita a doença para outras pessoas. O período de incubação da H5N1 é de dois a oito dias e a doença costuma dar os primeiros sintomas de dois a cinco dias após a exposição com a ave contaminada.