A produção acumulada de açúcar na safra 2020/2021 atingiu a marca de 38,09 milhões de toneladas, com elevação de 44,16% em relação ao ciclo 2019/2020. O índice representa um recorde histórico da quantidade de adoçante produzido.
Na segunda quinzena de novembro, foram produzidas 427 mil toneladas de açúcar, valor 22,61% superior ao observado no mesmo período da safra 2019/2020.
Como reflexo, 46,30% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar até o 1º de dezembro, ante 34,59% registrados na mesma data de 2019. A despeito desse fato, na safra 2020/2021 a maior parte da cana-de-açúcar processada (53,70%) continua a ser direcionada para a fabricação de etanol.
O volume de etanol fabricado na quinzena, por sua vez, registrou queda de 22,55%, com um total de 587 milhões de litros produzidos. O volume de etanol anidro aumentou 18,63%, atingindo 353 milhões de litros. A produção de etanol hidratado, em sentido contrário, apresentou redução de 49,16%, totalizando 234 milhões de litros.
Na segunda quinzena de novembro, 176,27 milhões de litros de etanol hidratado foram convertidos em etanol anidro, aumentando a oferta do biocombustível.
“A fraca demanda por hidratado estimulou a desidratação do produto e a conversão em etanol anidro, que deve ter oferta garantida na entressafra. A produção interna é suficiente para garantir a mistura obrigatória durante o período de pausa na moagem sem a necessidade de importação de produto”, explicou o executivo da UNICA.
No acumulado desde o início da safra até 1º de dezembro, a produção de etanol alcançou 28,91 bilhões de litros, dos quais 19,51 bilhões de litros de etanol hidratado e 9,41 bilhões de litros de etanol anidro.
Em relação ao etanol de milho, foram fabricados 115,88 milhões de litros na segunda metade de novembro de 2020. No agregado desde o início da safra 2020/201 até 1º de dezembro, a produção somou 1,64 bilhão de litros, com um aumento de 84,85% sobre o volume apurado para o mesmo período de 2019.
Rodrigues esclarece que “se mantido o ritmo de produção observado até o momento, a fabricação de etanol de milho pode quase dobrar na comparação do ciclo 2020/2021 com o volume ofertado em 2019/2020”.
Vendas de etanol
O volume comercializado na segunda metade de novembro de 2020 somou 1,40 bilhão de litros (-3,19% em relação ao mesmo período de 2019). Desse total, as exportações representam 102,43 milhões de litros (+26,06%) e 1,29 bilhão de litros (-4,93%) foram negociados dentro do território nacional.
A quantidade comercializada de etanol anidro na quinzena registrou aumento de 4,85%, o que equivale a 449,23 milhões de litros, contra 428,46 milhões de litros em 2019. As vendas de etanol hidratado, por outro lado, retraíram 6,58% na segunda metade de novembro, com total de 948 milhões de litros entregues pelas unidades produtoras.
O etanol destinado a outros fins permanece em trajetória ascendente, com 55,01 milhões de litros comercializados, alta de 36,71% frente a mesma quinzena de 2019. No acumulado da safra, o crescimento é de 33,33%, com 908 milhões de litros vendidos até 1º de dezembro.
A despeito da alta no consumo de etanol não carburante, o volume total de etanol comercializado até o término de novembro do atual ano safra apresenta queda de 11,75% em relação ao ciclo agrícola anterior. No total, são 20,47 bilhões de litros vendidos, dos quais 13,78 bilhões referem-se a etanol hidratado (-15,10%) e 6,69 bilhões a etanol anidro (-3,96%).
“Essa maior venda de etanol não carburante no mercado interno e o aumento das exportações não foram suficientes para reverter a queda nas vendas totais de etanol na atual safra. O impacto da Covid-19 na demanda por combustíveis no início da safra foi severo e repercutiu no total comercializado pelas usinas do ciclo 2020/2021”, destacou Rodrigues.