Mudanças em curso, como o aprimoramento do zoneamento agrícola e o direcionamento dos serviços de meteorologia para a atividade agrícola, fazem parte da reestruturação do seguro rural, que deverá ter seu valor aumentado no Plano Safra deste ano a atender a um maior número de produtores. “Estamos focando nossa energia na política agrícola, em modernizar o zoneamento e inserir novos modelos de produção. Hoje, as pessoas fazem rotação de culturas diferenciadas para tentar se adaptar ou ficar mais resilientes à mudança climática. E isso tem que ser incorporado ao zoneamento, porque impacta diretamente no seguro. E isso tudo bebe da fonte da meteorologia”, declarou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Eduardo Sampaio.
O secretário destacou a importância de intensificar o uso de informações climáticas do Inmet para facilitar o trabalho dos agricultores e para a definição de políticas do setor. “Há um consenso entre nós todos, no nível técnico e político, de que temos que reforçar o seguro rural e isso não pode ser feito sem reforçar a base que é o zoneamento agrícola de risco climático”, avaliou.
O zoneamento agrícola permite ao produtor rural identificar o melhor período de plantio de culturas nos diferentes tipos de solo para evitar riscos de perdas relacionadas a fenômenos climáticos adversos. “Em um cenário de mudanças do clima, o governo precisa tomar decisões com base em informações científicas fidedignas, que impactam no desenho das políticas públicas”, afirmou o secretário.
Equilíbrio entre produção e a proteção
O secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Pedro Correa Neto, que participou do evento no Inmet, lembrou da responsabilidade humana no monitoramento e adaptação às mudanças do clima. “O nosso combate é diário para que a produção brasileira seja reconhecida como sustentável, adotando as melhores práticas agropecuárias que contemplam o equilíbrio entre a produção e a proteção”.
O diretor do Inmet, Francisco Diniz, que representa a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no Brasil, alertou para o aumento da frequência de situações climáticas extremas no mundo. “Se a gente pegar os últimos 30 anos, houve aumento de eventos extremos na Terra, saindo de algo de 300 por ano para 600 por ano. Um aumento muito significativo”.