Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço médio do leite pago ao produtor rural registrou alta de 54%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, o consumo de derivados do produto está aquecido, o que motiva a procura por capacitação nesta área.
“O poder aquisitivo está maior e o consumo de derivados de leite está aquecido, mas por conta da seca o pasto está com poucos nutrientes. Isso obriga o produtor a comprar ração para alimentar o gado e atender a demanda que está em alta”, afirmou a trainee da cadeia produtiva do leite do Imea, Milena Aragão.
Para atender esta demanda por capacitação, o Sindicato Rural de Santo Antônio do Leste, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), realizou treinamentos no município.
Para o presidente do Sindicato Rural de Santo Antônio do Leste, Olivo Beduschi, a capacitação beneficia o produtor. “Junto ao treinamento de derivados de leite, tivemos mais dois outros cursos. Sempre tem procura e o próprio produtor é o beneficiado”.
O Senar-MT oferece dois tipos de curso de derivados de leite. Um é específico para queijos e o outro – como o que ocorreu em Santo Antônio do Leste – tem como objetivo capacitar profissionais para produzirem requeijões, manteigas, iogurtes e doces.
Até dezembro deste ano estão previstos 45 treinamentos, de ambas as modalidades. Os interessados em se capacitar devem procurar o Sindicato Rural de seu município para ver se há turmas previstas e se há vagas.
Segundo a instrutora credenciada junto ao Senar-MT, Karine Campos, a criatividade aliada ao conhecimento pode melhorar a renda das famílias. “O consumidor gosta de novidade, de inovação, por isso, ensinamos combinações de doce de leite com outros ingredientes como a granola e o coco”.
Essa foi a primeira vez que Pauline Dantas de Sousa fez o treinamento. Ela mora em fazenda e vai colocar a teoria em prática, em casa. “Sempre tem leite e agora dá para fazer iogurte para as crianças e até doce de leite para colocar nos bolos. Tudo sem conservante e sem aditivo químico”.
Rosângela Silva já conhecia algumas técnicas, mas o curso trouxe novos aprendizados. “Eu fazia doce de leite, mas não sabia o ponto exato. Agora eu aprendi”.
Atualmente desempregada, a dona de casa aproveitou o tempo vago para realizar a capacitação. “Quero ser empreendedora e pretendo fazer mais treinamentos para me capacitar cada vez mais”.