Casos relatados à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) dão conta de que agricultores daquele estado estão recebendo pequenos pacotes contendo sementes diversas, não identificadas, como brindes acompanhando compra de outros produtos, ou até mesmo sem ter feito qualquer tipo de encomenda. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também já havia alertado sobre situações similares ocorridas nos Estados Unidos, que estão sob investigação pelo órgão oficial de defesa agropecuária americano (APHIS-USDA).
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta a população brasileira para não abrir essas embalagens. Caso algum envelope ou pacote, contendo sementes ou material vegetal, chegue à sua residência sem que um pedido de compra online tenha ocorrido ou com remetente desconhecido, a CNA recomenda levar o material para uma das Superintendências Federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O fato deve ser relatado para que sejam tomadas as devidas providências.
A importação de vegetais sem autorização pode facilitar a entrada de pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no país, além do potencial de causar sérios prejuízos econômicos. Cabe ressaltar que o controle fitossanitário brasileiro é extremamente rigoroso, com vários órgãos atuando para evitar a entrada de produtos não autorizados, sendo o Mapa um dos responsáveis pela fiscalização de materiais de origem animal e vegetal.
“A importação de vegetais é regulamentada para evitar que pragas venham a atingir as áreas de produção e o meio ambiente do Rio Grande do Sul, com grande risco à economia agropecuária e impactos ambientais”, afirma Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.
Ainda não há relato de casos deste tipo no Rio Grande do Sul, mas a Secretaria da Agricultura orienta a população – principalmente os agricultores – que, caso recebam pacotes de sementes não encomendados, entreguem o material à inspetoria de defesa agropecuária ou escritório de defesa agropecuária mais próximo do seu município. “O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, nem o material ou as sementes devem ser cultivados ou descartados no solo sob nenhuma hipótese, a fim de evitar que estas sementes atinjam o meio ambiente e áreas agrícolas do Estado”, alerta.
Foto: Gabriel Zapella/Cidasc