A safra 2020/21 de soja, que começará a ser plantada na América do Sul nas próximas semanas, tem produção estimada pela Consultoria DATAGRO em recorde de 203,19 milhões de toneladas. Avanço de cerca de 6% sobre a safra 2019/20 (190,90 milhões de t). A área colhida deve avançar para 61,26 milhões de hectares, um salto de 2% sobre a última temporada, e também recorde histórico. A produtividade média é apontada em 3.317 kg/ha.
“Diferentemente da safra anterior, os produtores da região podem ter evolução homogênea de incrementos da área semeada, com aumentos no Brasil, Bolívia e Paraguai. E manutenção na Argentina (área plantada igual, mas área a colher maior) e Uruguai”, afirma Flávio França Júnior, coordenador da DATAGRO Grãos. Os preços interessantes aos produtores de soja na última temporada contribuíram para estímulo ao cultivo.
Na safra 2019/20 da América do Sul, a DATAGRO atualizou os números de produção de soja para 190,90 milhões de t, recorde que pode ser quebrado com a nova temporada, em uma área colhida de 59,94 milhões de ha. A produtividade média ficou em 3.185 kg/ha. “Apesar das elevações nos números do Brasil e manutenção no Paraguai, tivemos reduções na Argentina, Bolívia e Uruguai”, destaca França sobre a produção na temporada.
No Brasil, maior produtor de soja da América do Sul, a área plantada e colhida em 2020/21 tem projeção de avanço de 3%, para 37,99 milhões de ha. Caso a intenção de plantio seja confirmada, seria o 14° ano consecutivo de elevação na área da oleaginosa. A produção tem estimativa recorde na nova temporada de 131,69 milhões de t, um salto de 5% sobre o já excelente resultado anterior (125,95 milhões de t). O rendimento médio esperado é de 3.466 kg/ha.
“Os fatores predominantes de estímulo para os produtores continuarem o avanço da cultura no país são: lucratividade bruta positiva obtida pelo décimo quarto ano seguido e expectativa de lucratividade também positiva para 2021”, destaca França.
Na Argentina, segundo principal produtor regional de soja, a safra 2019/20 teve impactos com o clima e foi revisada para 49,80 milhões de t ante estimativa inicial de 53 milhões de t. Para a nova temporada, o dado preliminar é de produção de 55 milhões de t em uma área plantada estável de 17,50 milhões de ha e a colher de 17,20 milhões de ha, com reflexos do pessimismo dos produtores ante as políticas estabelecidas pelo novo governo, especialmente tributação e contingenciamento das exportações. A produtividade média é de 3.198 kg/ha.