O Instituto Técnico de Agropecuária e Cooperativismo (ITAC) localizado em Pitangui completou 30 anos. A escola, que pertence à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), forma técnicos agrícolas em curso concomitante ao ensino médio ou em nível em pós-médio.
Um novo projeto pedagógico, com o objetivo adequar a grade curricular às atuais necessidades do setor agropecuário mineiro, tem sido projetado pela atual gestão da EPAMIG e discutido com a Secretaria de Estado de Educação (SEE). “A primeira grande proposta de mudança é o oferecimento do curso técnico integrado ao Ensino Médio, com projeto pedagógico unificado (hoje as atividades são dissociadas e em turnos distintos). O curso será caracterizado pela integração dos conteúdos básicos e técnicos e pela associação do conhecimento teórico às atividades práticas, em especial ao desenvolvimento de projetos e a solução de problemas”, detalha o coordenador pedagógico da EPAMIG Frederico Passos.
A adoção de novas ferramentas e tecnologias também está contemplada no projeto. “Considerando que as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) estão cada vez mais presentes no dia a dia da agropecuária – por meio, da coleta, armazenamento e análise dados, monitoramento remoto de plantações, automação, sensores de imagem, sensores químicos, drones, mineração de dados – daremos uma ênfase especial a elas”, explica Frederico.
A nova proposta curricular deve entrar em vigor no início de 2021. Algumas práticas, entretanto, como os conteúdos virtuais, foram antecipadas devido a pandemia da Covid-19. “A utilização de um ambiente virtual de aprendizado (AVA) precisou ser imediata, para facilitar o trabalho dos professores e estudantes. Se antes a proposta de oferecimento de disciplinas à distância era apenas pontual, para fortalecer o currículo do curso e garantir certas habilidades comportamentais dos estudantes, com a pandemia isto passou a ser extremamente necessário. Este período tem sido especial para evoluirmos quanto à utilização das tecnologias digitais no processo educacional do ITAC”, avalia o coordenador.
O ITAC conta com a infraestrutura do Campo Experimental da EPAMIG em Pitangui para a realização das aulas práticas, em atividades como agricultura (do preparo do solo à colheita); pecuária (bovinos, suínos, aves e ovinos); apicultura, do manejo da colmeia ao beneficiamento dos produtos melíferos; produção de derivados do leite, dentre outras.
Frederico Passos revela, que uma grade de cursos de capacitação profissional de curta duração também está em desenvolvimento. “Estes cursos deverão ser planejados com carga horária presencial e à distância, de acordo com o tema e o público-alvo. Também com o envolvimento de pesquisadores de outras unidades da EPAMIG”, completa.
Ensinamentos para a vida
Com cerca de 1 mil técnicos formados, o Instituto marcou a história de profissionais, de colaboradores e de famílias inteiras. O aluno do segundo ano do curso técnico João Pedro Pereira Fiuza conta que conheceu a escola por meio de primos que estudaram lá. “Eu acabei me interessando pelo curso. E nesses quase dois anos eu percebi que foi uma excelente escolha”.
Uriel de Souza Pacheco também chegou ao ITAC por causa da família. “Minha jornada na escola agrícola começou quando meu irmão foi estudar lá em 2016. Por influência dele e da minha mãe me matriculei também. Quem acha que a escola só ensina agropecuária está muito enganado, lá você aprende valores para a vida toda como trabalho em equipe, união, responsabilidade, comunicação, socialização, e isso foi o que mais me marcou”, garante.
Ex-aluno do Instituto, Marco Antônio Amorim especializou-se em suinocultura e atualmente trabalha na empresa holandesaTopigs Norvin. “Eu me formei no ano de 2002 e segui carreira na área. Hoje estou no Canadá, como gerente técnico de uma companhia especializada em genética suína e me dedico a consultoria e atendimento a produtores. Tudo isso devo a estrutura do curso do ITAC e aos treinamentos e oportunidades que tive durante os três anos que passei na escola”.
O inspetor de alunos Walmir Rodrigues Coelho está no ITAC há 29 anos e ressalta a satisfação em participar da formação de novos profissionais. “Receber o aluno, dar assistência a ele durante os três anos de curso, vê-lo ingressando no mercado profissional, e sempre demonstrando sua gratidão por tudo o que foi vivido aqui é o que mais me marca”. A gestora educacional do Instituto Luci Lobato também destaca o vínculo criado com alunos, ex-alunos, colaboradores e parceiros. “Tenho muitas recordações dos jovens estudantes e dos funcionários que por aqui passaram e me orgulho por fazer parte dessa história”, comenta.
Foto: Erasmo Pereira/ EPAMIG
