Agricultura

Cotação do milho é pressionada pelo avanço da colheita

A semana começou com novas quedas no mercado do milho. Em Campinas, interior de São Paulo, o indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias apontou um recuo de 1,05% na cotação do cereal, o que puxou o preço da saca para R$ 47,00 na região e acentuou ainda mais a desvalorização mensal do insumo, que passou para 9,62% no acumulado de 30 dias.

Em Luís Eduardo Magalhães, oeste baiano, a desvalorização do milho no mês é de 5,41% e a saca aparece no patamar de R$ 35,00. A maior queda mensal do Indicador BBM é observada no interior de Mato Grosso e ultrapassa os 20%.

A queda nessas regiões é justificada pelo avanço da colheita no Brasil. “Após as chuvas que vieram para muitas microrregiões produtoras em uma fase importante, interrompendo o processo de maiores perdas. O momento atual deve começar a absorver a intensificação dos trabalhos de colheita do cereal”, explica Andrea Cordeiro, consultora em commodities e hedge, ligada ao Grupo Translabhoro, associado à BBM.

Andrea explica que, para o mercado externo, mesmo com a moeda brasileira desvalorizada, nosso milho concorre com a oferta mais barata de outros países exportadores e a paridade de exportação não favorece grandes performances de volume. “Algumas cargas vêm saindo de forma pontual à medida que o Brasil oferece uma logística mais ajustada que a Argentina, mas não oferecem no momento atual um risco de concorrência de preço para a indústria nacional”, pontua.

Já no mercado doméstico, Andrea destaca que, após preços altos praticados durante o mês de maio, o interesse comprador da indústria recua à medida que os compradores se mostram abastecidos. “Esse perfil do comprador interno contribui para preços pressionados no curto prazo”, finaliza.

O início da colheita do milho pressiona as cotações pois também corrobora para o indicativo de um crescimento recorde na safra de grãos do país. O milho total, somando as três safras, deve registrar um volume histórico de 101 milhões de toneladas no Brasil, com uma área total de 18,5 milhões de hectares.

O cereal é um dos produtos mais negociados por meio das 140 corretoras de mercadorias da Bolsa Brasileira de Mercadorias que é também responsável pela comercialização dos leilões de milho da Conab.

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