O emprego de técnicas equivocadas ao solo e clima característicos de determinada região são tropeços na calagem e na adubação de lavouras que podem ser cometidos com frequência entre produtores rurais. Isso em implica em perdas no potencial de produtividade e rentabilidade das lavouras. O alerta é de Anderson Lange, doutor em Energia Nuclear na Agronomia e professor titular da UFMT de Sinop/MT.
Ele adverte que medidas inadequadas esbarram em interpretações de resultados com base em métodos ou tabelas que são referenciais para outras regiões, como o Sul do país, entre outros aspectos elencados aos participantes do evento online.
Lange mostra os resultados de pesquisas realizadas no Norte de Mato Grosso. O ponto de partida científico foi o questionamento se seria possível aplicar doses de calcário superiores a 2,5 toneladas por hectare, avaliando-se se o V% (saturação de bases do solo) desejado seria atingido.
Após a colheita nas áreas experimentais, contagem de vagens e grãos, análises de solos e outras técnicas envolvidas nos estudos, os resultados animam os pesquisadores. O experimento se encontra na terceira fase e uma nova colheita de milho nas áreas será feita na próxima semana. Há experimentos montados em propriedades particulares em Sinop, Sapezal, Querência e Marcelândia.
“Fica claro ao compilar alguns gráficos que o produtor precisa entrar com uma calagem mais pesada, para já ganhar mais no segundo ano. Há algumas áreas de abertura que estamos aplicando 8 toneladas de calcário, para já corrigir a acidez e atingir a média de 50, 60 sacas por hectare”, destaca Lange, observando que os ganhos em maior número de vagens nas plantas de soja e de grãos por vagem também é observado em áreas já consolidadas de agricultura que receberam doses extras de calcário. Fruto do estímulo maior à fertilidade do solo.