De origem indiana e muito apreciado em países orientais, o feijão mungo-verde (Vigna radiata) é uma leguminosa rica em proteínas, vitamina B e ferro. Embora pouco conhecido e consumido no Brasil, a produção mundial é de 5,3 milhões de toneladas todos os anos. A Índia, maior mercado consumidor, produz dois milhões de toneladas anuais de feijão mungo-verde. Porém, a quantidade de grãos ainda não é suficiente para abastecer o próprio mercado indiano. O alto valor nutricional, o potencial de consumo e a demanda internacional são estímulos para que o cultivo de feijão mungo-verde cresça cada vez mais no Brasil.
Além da Índia, os principais países produtores da espécie são Mianmar, China, Indonésia, Tailândia, Quênia e Tanzânia. No Brasil, o plantio ainda está em fase inicial. A produção nacional é de cerca de 40 mil toneladas por ano. Desse número, 95% é destinado para exportação.
A boa notícia é que o feijão mungo-verde é bem adaptado a climas quentes predominantes em algumas regiões do Brasil. De acordo com o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Rogério Vieira, em regiões muito quentes é possível obter grãos com pouco mais de dois meses após a colheita. Já em locais com climas mais amenos, a colheita é realizada após três meses de plantio.
O produto é consumido de três maneiras diferentes: em forma de brotos, grãos cozidos e grãos processados. O grão de mungo-verde pode ser processado apenas partido ou partido e descascado. Além disso, os grãos partidos e descascados também podem ser moídos para virar farinha que é utilizada em diversas receitas.
No Brasil, o consumo de mungo-verde se dá apenas na forma de brotos. Já nos principais países consumidores, os grãos são majoritariamente processados. Ainda segundo Rogério Vieira, no mercado internacional o rigor com a qualidade dos grãos cresce de acordo com o uso final do produto. Grãos brilhantes, médios e grandes têm mais valor agregado.
“A primeira exigência do mercado internacional é que as sementes tenham boa aparência, ou seja, que elas tenham cor uniforme, que não possuam danos causados por insetos e que o tegumento seja liso. Outra exigência é que as sementes tenham boa pureza, livre de solo, pedras e de outras espécies. A terceira exigência é que a umidade dos grãos seja de, no máximo, 12%”, enfatiza Rogério.
A EPAMIG, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atua desde o início dos anos 2000 para lançar no mercado cultivares de feijão mungo-verde com forte apelo internacional, como é o caso da cultivar Ouro Verde MG2 lançada no início da década. Em 2007, a empresa lançou a cultivar MGS Esmeralda, de grãos grandes e foscos. Por fim, em 2019, a empresa participou do lançamento da BRSMG Camaleão, cultivar que dá origem a grãos grandes e brilhantes, destaques no mercado externo.
Para auxiliar os interessados no plantio de feijão mungo-verde, a EPAMIG disponibilizou em seu canal do YouTube dois vídeos sobre o tema. Nos vídeos, o pesquisador Rogério Vieira fala das cultivares para Minas Gerais e dá dicas de tecnologias de cultivo.
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