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Funcafé ajuda produtores a enfrentar especulações

Em 2020, por meio de trabalho conduzido pelo Conselho Nacional do Café (CNC) em parceria com os demais segmentos da cadeia produtiva junto ao Governo Federal, os recursos recordes de R$ 5,71 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) deverão ser liberados de forma antecipada, provavelmente na próxima semana, segundo informa o presidente da entidade, Silas Brasileiro.

“Normalmente, o capital do Funcafé é liberado entre julho e agosto a cada ano, período em que os produtores estão na reta final ou já finalizaram a colheita. Neste ano de exceção, devido à pandemia do novo coronavírus, realizamos esforços para antecipar a liberação, o que, ao ser confirmado, permitirá que os cafeicultores honrem seus pagamentos semanais aos trabalhadores da ‘panha’, assim não terão que vender seu café no auge da colheita, quando geralmente os preços tendem a estar aviltados”, explica.

Conforme Brasileiro, nesta época do ano é comum surgirem especulações a respeito do tamanho da colheita 2020 de café no Brasil. “O mercado, normalmente, é muito especulativo. Quando se fala em estimativa de safra, confiamos nos dados oficiais da Conab, que apresenta um volume médio de 60 milhões de sacas para este ano. É normal surgirem números superiores por especuladores para ver se conseguem preços menores e pressionem os produtores a vender”, relata.

Ele completa, contudo, que a antecipação dos recursos do Funcafé ajudará os cafeicultores a estocarem o produto e não venderem de imediato, no auge da colheita, sob possíveis reflexos da especulação.

“O volume recorde de recursos do Fundo sinaliza para o mundo e ao mercado consumidor que o Brasil é o único país que pode bancar de 10 milhões a 13 milhões de sacas com estocagem. Além disso, entre 30% e 35% dos cafés da safra atual já foram comercializados antecipadamente, com os produtores aproveitando os bons momentos de preços que se apresentaram. Isso significa que temos estrutura para armazenamento, temos recursos e não precisaremos vender de imediato, o que não nos torna reféns do mercado especulativo”, analisa.

O presidente do CNC reforça que o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento é condizente com a realidade das lavouras no país e que a cadeia produtiva da cafeicultura brasileira tem gestão profissional e competente para trabalhar de forma rentável com essas 60 milhões de sacas.

“Além de uma estimativa oficial correta para nossa safra, contamos com recursos substantivos para garantir que esse café seja, em grande parte, internalizado, já que consumimos 21 milhões de sacas no Brasil. Aliado a isso, temos o recurso que possibilita a estocagem de 10 a 13 milhões de sacas, então o mercado exportador trabalhará com muita tranquilidade, não gerando excesso de oferta e, consequentemente, não aviltando os preços aos cafeicultores”, finaliza.

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