O Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa 2016/17), realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), é uma base de dados sólida e consistente que permite a obtenção de dados, estatísticas e informações agrícolas para elaboração de políticas públicas e planejamento do setor produtivo.
Dessa forma, Paulo José Coelho e Celma da Silva Lago Baptistella, pesquisadores do IEA, utilizaram as informações do Lupa para conhecer melhor a cultura do coco. O levantamento indica que a coconicultura foi observada em 952 Unidades de Produção Agropecuária (UPAs), de um total de quase 340 mil UPAs no Estado de São Paulo. Embora o percentual seja pequeno, os pesquisadores destacam que, dos 40 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) nos quais o Estado está dividido, a cultura foi observada em 37, abrangendo um total de 241 municípios. Os principais EDRs com maior representação eram Presidente Prudente, com área de 182 hectares; Marília, com 166,5 há, e Andradina, com 141,2 ha. Dentre os municípios, Santo Antônio do Aracanguá apresentou a maior área plantada, com 134,5 ha.
A maioria das propriedades reserva uma faixa de menos de 20% para a cultura, sendo que apenas 20 UPAs destinavam mais de 80% à coconicultura, o que corresponde a 2,1%. Esses dados apontam que a cultura do coco ocupou, em sua maior parte, pequenas áreas dentro das propriedades. Dentre as propriedades com cultivo do coco, as atividades agrícolas mais desenvolvidas eram o cultivo de forrageiras, cana-de-açúcar destinada à indústria, seringueira, e soja. Em patamar inferior, vem o grupo das frutíferas, produtos florestais e por fim as olerícolas.
O Lupa apontou ainda que em mais de 56% do total, o que corresponde a 535 UPAs, os proprietários não residiam na propriedade. Outras características são a utilização de crédito rural por 285 produtores de coco e a realização de seguro rural por apenas 56 produtores. Com relação à escrituração agrícola, 396 produtores utilizaram-se dessa prática.
A utilização de tecnologia também não é um dos pontos fortes dos produtores de coco, uma vez que apenas 172 produtores acessaram a internet para obter informações agropecuárias, o que corresponde a 18,1% do total. No entanto, a energia elétrica está presente em 907 UPAs (95,3%).
O levantamento possibilitou a avaliação dos produtores de coco em relação à utilização de assistência técnica. No ano do levantamento, 411 UPAs utilizaram assistência técnica governamental, o que representou 43,2% do total, 101 UPAs contrataram assessoria privada, e 203 UPAs faziam uso de ambas. Portanto, 715 UPAs utilizaram assistência técnica, o que correspondeu a 75,1%, enquanto pouco menos de um quarto do total não utilizaram nenhuma assistência.