Opinião

Arrecadação é prioridade. O emprego não

Por Maurício Stainoff* – Diante dos pronunciamentos do Governador do Estado de São Paulo, João Dória e do seu vice, Rodrigo Garcia, no qual ambos afirmaram que 74% da atividade econômica está funcionando, de acordo com a coletiva de imprensa no dia 22 de abril. Porém, são atividades com baixo número de pessoas empregadas, o que demonstra que a preocupação do governador é com a arrecadação tributária, e não com o emprego em si.

Era esperado que fosse mantido o funcionamento da cadeia que atende a população com produtos de primeira necessidade, como alimentos e produtos relacionados a utilização individual, como produtos de higiene e remédios. Mas, foi criada uma grave ruptura no frágil equilíbrio de forças entre o grande e o pequeno varejista, como exemplo temos os hipermercados abertos, que além dos produtos de primeira necessidade, oferecem um outro segmento enorme de itens, como: confecções, calçados, papelaria, malas, bolsas, entre outros. As lojas de rua, incluindo os comércios de shopping, continuam fechadas, pois apenas elas são consideradas pelo Governo de São Paulo pontos proliferação da COVID-19.

É obrigação daqueles que exercem o poder, proteger a vida e permitir que a sociedade tenha condições de trabalhar, para se manter com dignidade.  De acordo com levantamento do SEBRAE, 600 mil empresas já foram formalmente fechadas no período.

O varejo é a principal empregador e fonte de renda na maioria das cidades do interior do estado, principalmente nas menores, pois além dos seus empregados é o emprego da família. Ele faz com que o dinheiro circule, promove a distribuição de renda, oferece o primeiro emprego para os jovens, é um dos pilares que sustentam a economia local.

Ter uma atenção especial as pequenas e médias empresas era esperado do Governo do Estado de São Paulo. Em contrapartida ao fechamento obrigatório das lojas, não foi oferecida nenhuma ajuda emergencial. Relembro que por decisão do Governo do Estado somos obrigados a pagar o ICMs antes da venda, que já era ruim, mas podíamos vender, agora pagamos antecipadamente o imposto sobre a venda de um produto, que sequer pode ser vendido.

É fácil governar mantendo ¾ da arrecadação, exigindo mais recursos do Governo Federal. De forma autoritária e prepotente brada que que usará da força para impor sua míope visão, comportamento do Príncipe de Maquiavel.

(*) Maurício Stainoff é presidente da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo)

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