Desde as primeiras civilizações, quando o homem passou a usar a terra para produzir seu próprio alimento, a fertilização, a despeito de ainda rudimentar, já era uma prática comum. Com o avanço da ciência, tempos e tempos depois, os fertilizantes passaram a ser sintetizados, o que possibilitou a produção agrícola em larga escala para a alimentação de uma população sempre crescente.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2050, a população será aproximadamente de 10 bilhões, 30% maior do que hoje. O maior crescimento ocorrerá nos países em desenvolvimento. Especialistas avaliam que, para alimentar a todos, a produção de alimentos deverá aumentar em 70%. Assim, a produção de cereais precisará aumentar para 3 bilhões toneladas/ano em relação aos 2,5 bilhões produzidos atualmente.
Atualmente, muitos questionamentos se referem à natureza dos fertilizantes: orgânico ou mineral. De acordo com o engenheiro agrônomo Dr.Eros Francisco, a diferença está mais relacionada à forma como são utilizados os fertilizantes do que à sua natureza, já que ambos disponibilizam os mesmos elementos químicos para as plantas.
É errado imaginar que a planta distingue o nutriente proveniente do fertilizante orgânico e o nutriente do fertilizante mineral. A grande diferença entre as fontes está na concentração de nutrientes. A adubação de uma lavoura de arroz, por exemplo, demandaria a aplicação de toneladas de esterco por hectare. Já com a utilização de fertilizante mineral seria preciso uma centena de quilos”, explica Eros Francisco, ressaltando, ainda, que o advento do adubo sintético barateou o preço dos alimentos.
A agricultura moderna, de larga escala, depende fortemente do emprego de fertilizantes minerais. Vale lembrar a ocupação do cerrado, uma extensa área, com grande potencial agrícola, localizada no Centro-Oeste brasileiro, cuja realidade produtiva foi viabilizada com o manejo adequado da fertilidade do solo. O solo do cerrado, de fertilidade originalmente muito baixa, não permitia a produtividade satisfatória de grãos sem o uso de fertilizantes e corretivos.
O engenheiro agrônomo e coordenador científico da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), Valter Casarin, pondera que, para avançar cada vez mais e nutrir a população do planeta com segurança alimentar, os agricultores têm sempre de adotar as melhores práticas de manejo, aperfeiçoando o uso dos adubos.
Com o objetivo de esclarecer e informar a sociedade sobre a importância dos fertilizantes na produção de alimentos, bem como sobre sua utilização adequada, a Nutrientes Para a Vida (NPV) reconhece que sem os fertilizantes não haveria alimento suficiente para alimentar a população mundial.