A estiagem que assolou o Rio Grande do Sul neste início de 2020 comprometeu parte da produção de milho e, em consequência, a silagem para a alimentação do gado leiteiro. Entretanto, medidas podem ser tomadas para amenizar a situação nutricional dos animais e evitar perdas no rendimento do rebanho.
Segundo o técnico da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Yago Machado, embora ainda não seja possível mensurar o real impacto da estiagem, com certeza já se pode perceber pontos que o produtor de leite precisa ficar de olho. “O momento é delicado, as lavouras de milho estão sendo atingidas em diversos estágios vegetativos devido às diferentes épocas de plantio que estão relacionadas à tomada de decisão do produtor, e isto acaba fazendo com que os impactos sejam maiores em algumas lavouras e menores em outras”, destaca.
Conforme Machado, as chuvas que ocorreram foram em pouco volume e de maneira isolada, porém foram essenciais para evitar perdas mais drásticas, até mesmo permitindo que as lavouras tivessem poucos prejuízos. A questão agora é saber o que fazer, pois a produção em quantidade e, principalmente, em qualidade, será afetada. “Espiga com baixa produção de grãos e plantas menos desenvolvidas afetam o planejamento nutricional da propriedade, refletindo na produção de leite, caso não seja corrigido”, avalia.
O técnico da Gadolando ressalta que o produtor deve colher o material e fazer um novo planejamento verificando a quantidade de silagem que poderá ser aproveitada. A partir deste momento, Machado sugere que seja feita uma análise desta colheita, verificando o que poderá ser aproveitado deste material. “Se não houver compensação nutricional, a produção de leite será afetada comprometendo a rentabilidade do produtor. Essa compensação da dieta passa pelo uso de maior volume de ração. Também pode ser uma alternativa incorporar a silagem de outros materiais, o que exige um planejamento prévio. Da mesma forma o feno, que pode ser feito com sobra de pastagens para complementar a dieta”, observa.
Machado reforça que é importante que o produtor tenha um bom planejamento da propriedade tendo em vista que há previsões de chuvas abaixo da média e de estiagens mais severas. “O produtor é capaz de contornar a situação com dedicação. Além disso é importante um planejamento anual e apoio técnico de confiança para passar por esse momento delicado”, afirma.
Foto: Gadolando/Divulgação