Nas fazendas de café em Minas Gerais, a antiga e popular prática de escambo entre sacas do grão para compra de outros produtos ou até mesmo fechamento de grandes negócios, não deixa de ser um termômetro para mostrar a integridade e o valor que a iguaria representa – seja econômica, social ou historicamente – para produtores, consumidores e apreciadores da bebida. Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, produzindo mais de 50% da safra nacional. No total, o estado tem uma área cultivada de 1,2 milhão de hectares. Para contribuir com os desafios deste setor, políticas públicas se mostram fundamentais para o estímulo da competitividade do café mineiro nos mercados nacional e internacional, além da permanência do produto como forte gerador de emprego e renda.
A riqueza do café fez com que, há mais de uma década, iniciasse os trabalhos do Programa Certifica Minas. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é o órgão certificador oficial, responsável pelas auditorias e emissão do certificado, além da autorização do uso dos selos. Já a Emater orienta os produtores e indústrias sobre as adequações de produção necessárias. E, a Epamig, contribui no direcionamento de pesquisas e estudos para monitoramento, avaliação e aprimoramento do processo de certificação.
Com o Programa Certifica Minas várias conquistas são alcançadas por cafeicultores certificados e profissionais do setor, contribuindo para ótimos resultados para a receita do estado. Inclusive, no ano passado, Minas Gerais exportou 2.314,6 milhões de toneladas de café, movimentando US$ 315,6 milhões, tendo como principais destinos os Estados Unidos e a Alemanha. Com o selo do IMA, o café mineiro chama a atenção do consumidor nas gôndolas do estado, conquista todo o Brasil e viaja o mundo inteiro.
Auditorias
Novo balanço divulgado pela Gerência de Certificação do IMA informa que foram emitidos no ano passado 1.123 certificados para propriedades cafeeiras. Isso significa que o IMA realizou as auditorias nestas plantações de café, verificando, entre outros, a procedência da muda, as condições sanitárias adequadas, a fertilização do solo, a área de cultivo, o manejo das pragas e doenças, a irrigação, a instalação e o armazenamento do produto. E, ainda, a gestão do processo produtivo, as boas práticas agrícolas, a responsabilidade social e a sustentabilidade ambiental e econômica.
Gerente de Certificação do IMA, engenheiro agrônomo Rogério Carvalho Fernandes, comemora os novos selos de café e a confiança dos produtores no trabalho dos auditores e técnicos do estado. “Os resultados não poderiam ser diferentes, já que a parceria entre IMA, Emater e Epamig e de todo o Sistema Seapa comprovam o sucesso da certificação do café e demais produtos agropecuários. Existe muito diálogo entre nossos servidores e a capilaridade juntos aos produtores é certamente um diferencial para a nossa auditoria”, observa Fernandes, chamando atenção para a gratuidade da certificação oferecida pelo estado para os agricultores familiares. “Muitos produtores não sabem sobre nossos serviços. Convidamos os cafeicultores e fazendeiros de outros itens agropecuários a conhecerem nosso trabalho. O selo emitido pelo IMA já comprovou que agrega valores e abre mercados”, argumenta.