A Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) e a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), preparam para esse ano a primeira avaliação de genotipagem das exemplares fêmeas das raças. A avaliação é inédita no mundo e tem por objetivo antecipar um conjunto de informações dos exemplares. Com isso, se pretende prever aos 14 meses de idade quais são as melhores terneiras e vaquilhonas que irão fornecer material genético no futuro.
Segundo o presidente do Conselho Técnico da ABHB, Aldo Tavares dos Santos, a entidade foi procurada pela equipe da Embrapa Pecuária Sul que realiza o programa de avaliação de touros com a sugestão de um trabalho inédito que é a seleção de fêmeas para descobrir futuras doadoras. A ideia foi aprovada pelo Conselho Técnico da associação e, posteriormente, pela diretoria da entidade, sendo lançada no jantar da entrega dos melhores do ano promovido pela instituição.
A avaliação vai unir o programa genético já existente nas raças, a avaliação por qualidade fenotípica já feita pelos técnicos da entidade e a prova de comportamento de desempenho do Teste de Eficiência Alimentar (TEA), associando a uma prova de genotipagem onde pode ser feito um perfil genético das fêmeas. “Isto nos permite uma segurança de transmissão daqueles fatores de produção muito intensa, com uma acurácia muito grande. Então unimos tudo isso em uma única prova”, observa.
As fêmeas entrarão com idade entre 10 e 11 meses na prova de comportamento já selecionadas pelo programa de genético no desmame. Os 40% das terneiras de elite passam pela seleção fenotípica com o técnico da ABHB. Depois serão convidadas a ir para a prova, no qual o criador levará quantos animais quiser e lá elas passarão pela prova do TEA e ao final serão realizadas várias leituras de genotipagem que já existem à disposição e isso compõe o perfil da fêmea. “Esta terneira sairá com 14 meses apta a ser aspirada, a ser uma dupla marca para produzir genética nos seus criatórios”, destaca.
Santos informa que ainda estão sendo compostos os índices de avaliação da prova com pesos para programa genético, avaliação morfológica, TEA e genotipagem, que vão selecionar as aprovadas. “Imaginamos em termos científico que estamos dando um passo adiante em uma seleção que já é muito rigorosa nos machos e agora estamos fazendo com estas fêmeas doadoras que é a grande vantagem dos melhores plantéis que é descobrir quais as vertentes maternas efetivas na cabanha. A prova vem dar um selo de qualidade e dar uma garantia para a reposição e ascensão a um melhoramento genético mais efetivo que é a demanda maior da pecuária em relação à produção de alimentos no mundo”, complementa.
Foto: Everton Souza Marita/La Rural Fotografia/Divulgação