Na última década a expansão do setor de commodities na América Latina impulsionou a pecuária brasileira, aumentando sua participação no comércio internacional. Assim, se tornou necessária a produção de mais proteínas animais de alta qualidade para os mercados interno e externo, com menos recursos e em menor tempo. “Com o diferencial de possuir condições naturais que favorecem a produção pecuária, já nos consolidamos como o dono do maior rebanho comercial de bovinos do mundo”, diz Juliano Sabella, diretor de marketing da área de ruminantes Brasil da DSM.
Para ele, com vegetação, clima e abundância de água, que permitem a produção em sistemas de pasto na maior parte das regiões do País, o Brasil tem ainda espaço para crescer o rebanho e a produtividade. “Dá para fazer de forma sustentável, ocupando a mesma área, apenas aplicando tecnologias que contribuam para impulsionar a produtividade nas fazendas”, comenta.
Destaque entre os sistemas de produção
No cenário positivo em que se apresenta o setor, o confinamento despontou como um método eficaz para atender a demanda, sobretudo em regiões onde os períodos mais secos do ano, tornam o pasto menos nutritivo para os animais. Em dez anos, o número de animais confinados no Brasil dobrou, chegando a ser recorde em 2019, conforme levantamento feito pela DSM. “O resultado mostra que há 5,3 milhões de animais confinados no País neste ano, com tendência de ser superado já em 2020, produzindo mais arrobas em menos espaço, cada vez mais”, declara o gerente nacional de confinamento da companhia, Marcos Baruselli.
Os dados atuais também apontam um crescimento de 2% sobre o registrado ano passado, e 10,7% superior ao rebanho confinado em 2015, quando a empresa começou a realizar o levantamento. Regionalmente, o censo mostrou que as regiões Centro e Sudeste continuam com o maior número de bovinos confinados, com total de 3,83 milhões. Já a região Norte vem em segundo lugar, com 597 mil animais, seguida pelas regiões Nordeste e Sul, com 372 mil e 340 mil bovinos, respectivamente. “O pecuarista brasileiro está cada vez mais atento para a produtividade do rebanho. Notamos que, em função de uma série de benefícios proporcionados pelo confinamento, é cada vez mais comum a opção por esse sistema para a terminação de bovinos de corte”, comenta Baruselli.
Com números expressivos, incluindo o aumento de 14% no consumo de carne por parte do brasileiro nesta década, as expectativas trazem a necessidade das empresas ligadas ao setor estarem preparadas para suprir o aumento das demandas. “Com a perspectiva de crescimento da economia, teremos maior aumento na aquisição das proteínas, e não só de carne, mas leite também. Continuamos investindo em novas tecnologias e soluções para 2020, preparando-nos para a nova realidade do mercado”, declara Sabella.