Pecuária

Suinocultura: porquinho “SS”, saboroso e saudável

Esse é o retrato da suinocultura brasileira, que tende a priorizar a qualidade da carne dos animais. E é pautada pela sanidade que a produção da granja atingirá os resultados esperados. De 2004 para cá, a produção de suínos no País tem apresentado números significativos para o estabelecimento da atividade.

Em três anos o número de cabeças do rebanho cresceu cerca de 20%, segundo o Levantamento Sistemático da Produção e Abate de Suínos (LSPS), desenvolvido pela Embrapa Aves e Suínos e a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Para este ano o número de cabeças de suínos está estimado em 32.693 milhões. A previsão para 2010, de acordo com os dois órgãos, indica um rebanho total no País de 34.691 milhões.

O crescimento da industrialização e a opção por mais tecnologia na infra-estrutura das granjas foram responsáveis pelos resultados que a criação de suínos vem obtendo nesses últimos anos. Aliado a um sistema de produção com tecno-logia e boa infra-estru-tura, o manejo sanitário servirá como uma ferra-menta para a garantia de qualidade da carne e dos resultados na hora de pesar a lucratividade no negócio.

“A saúde dos suínos depende do equilíbrio entre vários fatores entre os quais podem ser citados alimentação, água, insta-lações, e manejo”, explica Josete Bersano, pesqui-sadora e especialista em suinocultura do Instituto Biológico (IB), da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA), do governo estadual de São Paulo. “Convém lembrar que sanidade é apenas um elo da cadeia de produção, entretanto, a ocorrência de enfermidades importantes em uma propriedade, muitas vezes, passa a dar prejuízo ao negócio. Em sanidade, é importante destacar as principais enfermidades que acometem os suídeos (suínos e javalis), no estado de São Paulo e que podem ser de origem viral, bacteriana e parasitária”, declara.

São Paulo é o quinto estado na produção de leitões no País, e a preocupação com o controle sanitário pauta o manejo da produção. Um exemplo desse trabalho começou com a tradicionalidade da criação suína vinda da Itália. Andrea Ianni começou uma pequena produção em Itu (SP) lá por volta de 1917, quando chegou ao Brasil, vindo da cidade de Santa Maria de Castelo Abate. A produção passou de pai, para o filho, Sílvio Ianni, e agora, para o neto. “Meu avô faleceu e meu pai assumiu. Depois eu me formei e vim trabalhar com meu pai a partir de 1982”, conta Antônio Ianni, médico veterinário e proprietário da Ianni Agropecuária, que possui uma granja de suínos com alojamento de cerca de 1.800 matrizes e 12 reprodutores. “Meu pai já é falecido desde 2003, e de lá pra cá eu estou sozinho na atividade na família”.

Antônio Ianni conseguiu ver a pecuária suína se transformar ao longo dos anos. “O suíno de 30 anos atrás era muito diferente do de hoje, naquela época o enfoque era a produção de banha, então o suíno tinha uma espessura de toucinho muito grande, porque a carne não era o enfoque principal”, lembra. Segundo Ianni, foi a partir do processamento da soja para obtenção de óleo vegetal, e a crescente utilização desse produto que o suíno acabou deixando essa obrigação de servir banha para a população. Tornou-se então uma fonte de proteína.

E para a produção desse animal, rico em nutrientes e sadio, é necessário um rigoroso trabalho na sanidade do rebanho. Nesse sentido, a zootecnista e gerente de produção da Ianni Agropecuária, Viviane Orbach, direciona o manejo da granja para uma produção segura. Antes de se entrar no ambiente de criação, é preciso tomar banho e usar vestuário próprio – isso é válido para todos. “Isso evita que as pessoas tragam alguma doença ou agente patológico para dentro da granja”, explica Viviane. Esse tipo de manejo é usual em diversas granjas industriais e é uma garantia maior para o controle sanitário.

Gestação

A preparação de um alojamento bem ambientado e livre de invasores que possam disseminar doenças tem de ser seguida para acomodar as fêmeas, que passarão 110 dias para dar a luz à efetiva produção de uma granja de suínos – esse é o setor chamado Gestação. “Vacinações para o controle de doenças, principalmente reprodutivas, e o controle sanitário a gente trabalha preventivamente”, explica o técnico agropecuário responsável pelo setor da Gestação, Ivan Orbach. Aliado a esse trabalho preventivo, uma boa oferta de ração de qualidade e água limpa, garantirão os resultados de produtividade.

Entre as doenças que podem vir a afetar esse local, pode-se destacar a peste suína clássica, a doença de Aujeszky, a parvovirose suína, a brucelose e a leptospirose, de acordo com a pesquisadora do IB, Josete Bersano.

Maternidade

Passados os 110 dias na gestação, as fêmeas, faltando cinco dias para o parto, são levadas para o setor de maternidade, na Ianni Agropecuária. “Antes de entrar aqui, ela toma um bom banho, é totalmente higienizada, para poder entrar nesse sistema totalmente limpa – e aí já começamos a pensar em termos de sanidade, evitando que qualquer agente venha com um animal sujo”, destaca Viviane Orbach.

Acondicionadas num ambiente agradável às futuras mães, o local também tem de respeitar as necessidades dos filhotes. Por essa razão, a maternidade deve ter uma temperatura variável de 28 a 30 graus.

Logo depois de nascidos, os leitões devem ter o umbigo amarrado e feito o trabalho de assepsia nele com iodo. “Essas medidas garantirão o melhor desenvolvimento do animal, e menos risco à sanidade na granja”, certifica a gerente de produção. Depois de ter o umbigo curado, o bezerro é limpo e seco, e posto para mamar o colostro (o primeiro leite da fêmea aos filhotes dela). “O colostro é essencialmente a vida do leitão”, destaca Viviane. “A não ingestão desse alimento levará ele a uma possível morte, ou ele não vai produzir aquilo que você gostaria que ele produzisse no tempo certo”. É a partir do colostro que são passados os anticorpos, de mãe para filho, que garantirão aos filhotes a imunidade e resistência necessária contra doenças.

Durante o período em que se encontra na maternidade, os animais podem ser afetados pela rotavirose suína, responsável por severas diarréias geralmente, de cor amarelada ou esverdeada com presença de leite coagulado, principalmente, em leitões de duas a seis semanas de vida. Os leitões podem apresentar ainda, vômitos e falta de apetite. O vírus é transmitido aos leitões, principalmente, através das fezes. Fêmeas adultas podem também ser portadoras eliminando o vírus e contaminado a leitegada. “Lembramos que por se tratar de uma zoonose e por não existir vacina no mercado, resta como prevenção medidas de limpeza e higiene”, destaca Bersano.

Da creche à terminação

Após o desmame, os leitões entram no setor que vai prepará-los para a terminação – a Creche. Lá os animais entram com 20 dias de idade e ficam até completar 70 dias de média (contabilizando um total de 50 dias). “Ele entra aqui com uma média de seis quilos e sai com uma média de 30”, diz Viviane Orbach. Um programa de vacinações é estabelecido nesse período aos animais para prevenção de qualquer enfermidade que possa ocorrer. [confira no quadro ‘Da desmama à terminação’, as demais enfermidades que podem ocorrer no rebanho.

Para proteção dos lotes, tanto na maternidade como na terminação, a granja estabelece o sistema ‘all in, all out’ (literalmente, ‘todos dentro, todos fora’), no qual entram e saem, da sala de alojamento, todos animais do lote manejado. “Quando se alojam os animais, é necessário que se garanta que não haja nenhum animal de um lote anterior no local”, explica Viviane. “Você retira os animais na data certa, e efetua o processo mecânico de limpeza, removendo as fezes. Desmonta a estrutura e começa a lavagem de toda ela. Essa lavagem passa por vários processos, até chegar à fase que você está desinfetando o local. Aí se deixa essa sala, isolada, fechada, durante sete dias para assim, poder entrar com um novo lote de animais no alojamento”. Segundo a zootecnista, esse processo garante que a sala esteja livre de qualquer agente que possa desencadear doenças entre os lotes de animais.

Já passado o período da Creche, os leitões são levados ao setor de Terminação, e de lá para o abate nos frigoríficos. “Os animais chegam aqui na Terminação com 30 quilos e saem para o abate com 90 a 100 quilos”, diz o técnico agropecuário Reginaldo de Holanda Alves. “Os animais tem um desempenho rápido, com um ganho de peso de cerca de 850 gramas por dia”.

Produção de carne saudável

Todo o trabalho atualmente na granja, assim como em todas as granjas industriais do Brasil, está voltado à produção de um animal sadio, com um bom volume de carne e de pouca gordura. “Eu vivi a suinocultura desde que nasci. De lá pra cá a atividade evoluiu muito, em termos de alimentação, manejo, infra-estrutura e o produto final que é o suíno”, lembra o suinocultor, Antônio Ianni. “O suíno hoje é um animal que tem pouquíssima quantidade de gordura, possui uma carne muito saborosa, que está dentro de todas as especificações técnicas exigidas, quanto à sanidade, como por valor nutricional. A carne suína é um alimento rico em vitamina B, além de ser a carne mais consumida mundialmente”, destaca o produtor.

Na busca pelo crescimento

Com um total de 2.216 propriedades de com suínos, das quais, 512 correspondem a suinocultores industriais (categorias médio e grande porte), a suinocultura paulista produz cerca de 270 mil toneladas de carne por ano, segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior. “Somos um estado importador de carne suína, pois o que se produz não atende toda a demanda que está em torno de 630 mil toneladas de carne ao ano”, declara Ferreira. O déficit de 57,14% da produção do estado é equacionado com importações de estados produtores da região Sul (80%) e Centro-Oeste (20%).

Mesmo com números insuficientes para o abastecimento do mercado interno, a produção paulista tem estimativas de crescimento para os próximos anos. De 4,5% a 6% em 2009 e de 6% a 9% em 2010. De acordo com o presidente da APCS, os aumentos incidem na maior quantidade de matrizes e na tomada da produção por granjas com boa infra-estrutura. “Na década de 1970, para se garantir a viabilidade para o negócio, eram necessárias cerca de 50 matrizes”, analisa Ferreira. “Na década de 1990, falava-se em 500 em cada granja. Atualmente esse número tem de ser maior de 1.000 matrizes para a garantia de viabilidade”.

Um dos entraves para o crescimento está o custo da produção, no qual, 70% estão na alimentação (preço do milho, soja, trigo, sorgo, vitaminas e aminoácidos). “O ideal, para aliviar o custo de produção, é o suinocultor receber R$ 24,00 pela arroba do suíno e o produtor de milho R$ 60,00 a saca. O que acontece é que o suinocultor recebe R$ 20,00 por arroba e o produtor de R$ 48”, destaca. Pela análise, Ferreira diz ambos perdem. “Para o mercado de suinocultura é favorável que o mercado de milho também esteja. Um depende do outro nessa relação, para garantir a sustentabilidade para ambos os negócios”.

Doenças reprodutivas

Peste suína clássica

De origem viral, a doença se caracteriza com sinais clínicos de febre alta, mancha vermelha arroxeada na pele, andar cambaleante, diarréia fétida, falta de apetite, prostração e morte num período de sete a 15 dias. “Apesar de o suinocultor ter acesso a prevenção através da vacinação, muitos por descaso não faziam, contribuindo assim, para o surgimento dos inúmeros focos observados durante vários anos”, lembra Bersano. Desde de 2001, a doença foi erradicada no estado de São Paulo, segundo a pesquisadora. Atualmente, o Instituto Biológico monitora a doença, principalmente nas Granjas de Reprodutores Suínos Certificadas (GRSC), através da pesquisa de anticorpos no soro.

Doença de Aujeszky

O vírus se aloja nas amídalas do animal adulto e toda vez que ele é submetido a situações de estresse, como mudanças bruscas de temperatura, mudanças na alimentação, transporte, passa a eliminar o vírus e o foco se instala na propriedade. A enfermidade causa principalmente abortos, produção de leitões fracos que nascem com tremores e morte nos primeiros dias de vida. A mortalidade é alta e, quando afeta um plantel sem imunidade, acarreta a perda de todos os leitões nascidos em uma maternidade. A prevenção é feita através da vacinação, que impede o aparecimento dos sinais clínicos. A vacina só pode ser adquirida mediante um laudo laboratorial que ateste o isolamento do vírus.

Parvovirose suína

“Quando uma fêmea em gestação é infectada, o vírus atravessa a placenta e se multiplica lentamente no útero”, explica a pesquisadora. “É comum, então se observar além de abortos, fetos mumificados em vários estágios. Se a gestação chega ao término, pode acontecer ainda, a presença de mumificados, leitões vivos normais, leitegada [leitões nascidos de mesmo parto] fraca e de tamanho reduzido”, diz. Suspeita-se da circulação do vírus em uma criação, quando além dos sinais clínicos des-critos, existe a presença de animais com dife-rentes níveis de anticor-pos, detectados pelo diagnóstico laboratorial. Os suínos se contami-nam através da ingestão de restos de placenta no momento do parto. O controle é feito através de vacinação de todo o plantel reprodutor antes da cobertura.

Brucelose

Importante zoonose (transmitida ao homem pelos animais) que tem causado grandes prejuízos para a reprodução dos suínos por causar retorno ao cio. Isso pode causar abortos com cerca de 35 dias de gestação. Nos machos reprodutores, a doença pode causar além de infertilidade, diminuição do apetite sexual e aumento dos testículos. A bactéria pode ser transmitida através do sêmen que pode permanecer infectado por vários anos e assim, infectar centenas de fêmeas através da cobertura ao longo de toda vida do reprodutor. “Os suínos, assim como outros animais, podem se infectar também ao ingerir alimentos, água e restos placentários contaminados com a bactéria” destaca Josete. “Uma vez que não existe prevenção através de vacina, se recomenda à realização da sorologia e o descarte para o abate dos animais positivos”.

Leptospirose

Além de aborto, a leptospirose pode causar natimortos, fetos mumificados e leitegada fraca. Pode ser observada ainda, uma cor amarelada na pele. A infecção com o agente causador da doença ocorre com a ingestão de alimentos e água contaminados pela urina de outro suíno infectado, ou demais animais portadores, como roedores e animais silvestres. Segundo a pesquisadora do Instituto Biológico, o controle deve ser feito através da limpeza, higiene das instalações e um bom manejo onde não deve ser esquecido o exame sorológico. “É muito importante que se realize o combate a roedores e recomendamos também o uso de vacinas existentes no mercado”, aconselha Josete.

Da desmama à terminação

Circovirose suína

Nesta enfermidade, o que mais chama a atenção, é a magreza progressiva dos animais impedindo que estes atinjam o peso ideal em idade de abate. O aumento de animais refugo na propriedade bem como as alterações respiratórias, digestivas, cardíacas, renais, dérmicas, articulares, entre outras, podem ser indícios da ocorrência da infecção. Estes sinais podem surgir entre cinco e 13 semanas de vida. O período mais crítico para os animais é entre 11 e 13 semanas, quando ocorre o maior número de mortes. Por causar alterações no sistema imunológico, os suínos afetados ficam sujeitos a várias infecções por diversos agentes bacterianos. Recentemente, em 2007, foi lançada no mercado uma vacina comercial que já está sendo utilizada em algumas propriedades onde a circovirose se constitui um problema.

Meningite estreptocócica

Esta doença tem sido freqüentemente observada em criações onde os suínos são mantidos com pouca ventilação e ou, com superlotação. A meningite estreptocócica afeta leitões tanto na Maternidade como na Creche. Na primeira semana de vida os principais sintomas são tristeza, cerdas arrepiadas, tremores musculares e sensibilidade aumentada. Quando a doença ocorre em desmamados, os leitões apresentam falta de apetite, tristeza, febre, falta de coordenação de movimentos, decúbito [posição em que o animal se encontra deitado] lateral, movimentos de pedalagem e convulsão. “Frente a estes sintomas o diagnóstico laboratorial é fundamental para indicar o tratamento específico, evitando-se desta forma o uso indiscriminado de antibióticos, para evitar a resistência da bactéria”, aconselha Josete Bersano. “Para prevenção, já que não existe vacina disponível as boas práticas de manejo devem ser adotadas. Nesta enfermidade também é importante conhecer a procedência dos animais que deve ser de rebanhos livres”.

Tuberculose

A doença é transmitida por uma bactéria comum em alimentos como restos de restaurantes e hospitais – ao ingeri-la, o suíno pode se infectar e disseminar a doença entre os demais. O diagnóstico no rebanho é realizado através do teste da tuberculina. Os animais positivos são obrigatoriamente sacrificados.

Salmonelose

Causa uma pneumonia conhecida popularmente por batedeira. É uma doença infecciosa que ocorre entre cinco semanas a quatro meses. O suíno pode apresentar a forma aguda onde se observa morte súbita ou acompanhada de enfraquecimento, dificuldade de locomoção e manchas avermelhadas na pele, principalmente orelha e barriga. Já na forma crônica, o que mais chama atenção é a febre, dificuldade de respiração, falta de apetite e diarréia líquida, esverdeada ou amarelada ou sanguinolenta e com mau cheiro. O suíno se infecta através de alimentos contaminados ou pela introdução no plantel de outro suíno portador, que em situações de estresse, passa a eliminar a bactéria. O controle da enfermidade deve ser feito através de rigorosas medidas tais como: vacinação nas fêmeas no último mês de gestação e, nos leitões, aos sete dias de vida com revacinação no décimo quinto dia. Higiene e desinfecção das instalações, separação e tratamento dos animais doentes, evitar o excesso de animais numa mesma baia, evitar juntar animais de fora da propriedade com os de dentro sem antes fazer uma quarentena.

Cisticercose

O complexo teníase-cisticercose está ligado à maneira como os suínos são mantidos. Nos sistemas de produção onde os suínos são criados presos e não têm acesso a fezes humanas, a doença é rara. A cisticercose suína é causada pela larva (fase jovem do parasita) de um verme conhecido como ‘solitária’, causador da teníase humana. Se um suíno ingerir fezes humanas contendo ovos de tênia, o animal se infecta e passa a ter cisticercose. Quando pessoas ingerem carne suína mal cozida desse animal, as larvas vivas se desenvolverão nos intestinos dessa pessoa. “Para evitar a enfermidade é importante a educação sanitária da população afim de que não permita que os suínos tenham contato com fezes humanas”, diz a pesquisadora do Instituto Biológico.

Toxoplasmose

Enfermidade que pode ocorrer em diversas espécies de animais, inclusive no homem, e está diretamente relacionada com a maneira pela qual os suínos são criados, pois é transmitida pelas fezes de gatos portadores do parasita que causa a doença. Ambientes úmidos e quentes favorecem a transmissão da toxoplasmose. A infecção ocorre pela ingestão do cisto [tumor] do toxoplasma, presente nas fezes do gato. Em fêmeas prenhes o parasita pode atravessar a placenta e, dependendo do estágio da gestação, ocorrem fetos mumificados e natimortos. Os suínos jovens infectados podem apresentar febre, falta de apetite, dificuldade respiratória e tosse. Os que sobrevivem podem ficar cegos e apresentar sinais nervosos. Pode acontecer ainda, que um rebanho infectado não apresente sintomas o que além de grave só pode ser detectado através de laboratório.

Sarna

O suíno é sensível a dois tipos de sarna, sendo a sarcóptica mais comumente detectada e a demodécica de rara ocorrência. Ambas provocam descamação por formarem verdadeiras galerias embaixo da pele e são causadas por um ectoparasito. Os animais doentes padecem de intensa coceira. A sarna pode atingir animais de todas as idades e a transmissão ocorre pelo contato entre os suínos. As fêmeas podem ser portadoras do ectoparasito no conduto auditivo, infectando assim os leitões. A doença também se espalha na criação através de machos reprodutores que podem contaminar as fêmeas durante a cobertura. Os animais afetados ficam inquietos, observando-se perda de peso, retardo no crescimento e aumento de refugos. O tratamento pode ser realizado através de injeções ou de banhos com sarnicidas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *