Negócios

Exportações no trimestre são dominadas por China, EUA e Argentina

Pesquisa realizada pelo Grupo Descartes System, baseado nos dados do DatamyneTM, referente às exportações brasileiras no primeiro trimestre de 2023, mostram que a China se manteve na liderança com 27,53% do total exportado (Valor: FOB US$ 20 bilhões) no primeiro trimestre de 2022 e 27,63% (Valor: FOB US$ 20,9 bilhões) no mesmo período de 2023, com uma leve variação para cima. O país figura como o principal parceiro comercial e consumidor do Brasil, principalmente de insumos agrícolas, minério de ferro e alimentos como por exemplo, carne bovina.

“A China possui um papel fundamental para as exportações brasileiras. Uma informação interessante extraída do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, aponta que dentre as 27 unidades da federação, 14 tiveram o país asiático como destino para a embarcação de produtos em 2022” comenta Helen Abdu, responsável por Datamyne na América Latina.

Complementando a lista, os Estados Unidos aparecem em seguida, respondendo por 10,38% das exportações no ano passado (Valor: FOB US$ 7,5 bilhões) e por 10,85% este ano (US$ 8,2 bilhões), também seguindo a tendência de aumento. E fechando o pódio com a Argentina: no mesmo período em 2022, o país latino respondeu por 4,37% do total das exportações (US$ 3,17 bilhões), frente a 5,15% em 2023 (US$ 3,9 bilhões).

“A Argentina desempenha um papel indispensável no contexto das exportações do Brasil. O país figura entre os três primeiros que mais compram insumos brasileiro. Nós visualizamos que alguns acordos bilaterais que possam ocorrer no futuro próximo, consigam alavancar ainda mais as relações entre compra e venda”, aponta Helen.

A lista ainda figura com outros países que mais exportaram no primeiro trimestre de 2022 foram: Países Baixos, Cingapura, Chile, Espanha, Alemanha, Coreia e México; já nos primeiros três meses de 2023, o ranking ficou: Países Baixos, Espanha, Chile, Cingapura, Japão e Alemanha. “Uma mudança importante foi o crescimento da Espanha que cada vez mais busca aumentar o relacionamento com o Brasil, através de encontros entre empresários de ambos os países, inclusive entre agências públicas e privadas”, revela Helen.

A pesquisa também levou em consideração quais os produtos mais exportados no primeiro trimestre de 2023. Em primeiro lugar, estão em destaque os grãos, mais precisamente, a soja. Esta fatia representa 14% no ranking e considera um volume de US$ 10,6 bilhões. Vale ressaltar que o Brasil sempre foi considerado um grande exportador para este segmento e atualmente ocupa a segunda posição global, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Além disso, segundo a mesma fonte, atualmente o país ocupa a quarta posição como maior produtor de grãos do mundo.

Seguindo a lista, em segundo lugar, está o petróleo e derivados, cujas exportações corresponderam a 13,3% do total no período mencionado (US$ 9,8 bilhões), sendo que no mesmo período do ano passado esse número foi de 13,17% (US$ 9,5 bilhões). De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo do Brasil atingiu níveis recordes nos dois primeiros meses do ano.

E fechando a terceira posição na pesquisa, o minério de ferro foi o terceiro produto mais exportado, respondendo por 8,08% do total (US$ 6,1 bilhões) este ano, frente a 8,9% no mesmo período do ano passado (US$ 6,5 bilhões). O Brasil possui diversos parceiros comerciais que são fundamentais compradores do minério de ferro e como destaque a China prevalece como um país majoritário na compra do produto, representando 57,3% (US$ 3,5 bilhões).

Para Helen, o ano começou com diversos pontos que podem ser destacados na área de exportação. “Nós fechamos a nossa balança comercial do primeiro trimestre com um superávit em comparação ao mesmo período do ano passado e como destaque o segmento de agronegócio segue liderando o ranking de exportações. Um ponto fundamental para compartilhar é que desde o começo da série histórica em 1989, em março deste ano, foi registrado o maior superávit de todos os períodos. Porém, o que devemos ficar atentos seria a percebida desaceleração do consumo, que resulta em um número menor de importações e deve ser uma tendência no curto e médio prazo”, finaliza.

Foto: Adobe Stock

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *