O ano de 2023 começa com a rodagem da genômica na raça Ultrablack. Com apenas cinco anos de registros no país, a raça sintética já opera com seleção lastreada na ferramenta. O processo acompanha a genômica da Angus e é conduzido pela Associação Brasileira de Angus com base em um banco de dados multirracial de mais de 9 mil reprodutores genotipados. Segundo o diretor técnico da entidade, Rogério Rotta Assis, o processo representa um salto consistente, assim como ocorreu com a Angus. A ideia é que, com o avanço de testes, a população genotipada aumente e, com ela, também se eleve a acurácia do processo. “É uma raça jovem, e o fato de já começar com possibilidade de avaliação genômica representa um estímulo para seu uso cada vez mais e melhor. Essa é uma ferramenta que está aí para ser utilizada e nos permite antecipar resultados e ter mais eficiência nas decisões tomadas”, pondera Assis.
Criadores de Ultrablack interessados em genotipar seus rebanhos devem acessar o sistema de envio de amostras para a genômica no site da Associação Brasileira de Angus e remeter o material pelo Correio para a sede em Porto Alegre (Largo Visconde do Cairu, 12 – Centro – Porto Alegre). O gerente de Fomento da Angus, Mateus Pivato, recomenda que o criador atente para o processo de coleta dos pelos do rabo dos animais de forma que a amostra carregue os bulbos situados na base do pelo. Amostras de sangue também podem ser utilizadas.
Pesquisador e chefe geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, confia nos avanços rápidos da tecnologia para viabilizar a seleção de características de difícil mensuração, como resistência ao carrapato. “O grande benefício da Ultrablack é derivar de duas raças que já estão com trabalho genômico bem avançado. Afinal, 82% dos genes da Ultrablack vêm do Angus e, com isso, podemos usar todo o trabalho já construído”, disse Cardoso.