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Marcação a fogo causa dor e pode levar a erros na identificação

A marcação a fogo é uma prática ainda utilizada nas unidades de produção de bovinos, mas que precisa ficar para trás. Um estudo realizado na UNESP de Jaboticabal por Jaira de Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, e Mateus Paranhos da Costa, Professor do Departamento de Zootecnia e cofundador da BE.Animal, revela que esse método de identificação não oferece completa segurança, uma vez que diversos fatores podem afetar a qualidade e legibilidade da marca. Além de maior tempo para leitura, a marca a fogo apresentou falhas de identificação expressivamente maior em relação ao brinco eletrônico: 17,5% e 1% (falha decorrente da perda do brinco), respectivamente.

O método também impacta em risco de acidentes de trabalho e, especialmente, no bem-estar dos animais, provocando lesões cutâneas por queimadura de 2º ou 3º grau, o que causa dor e desconforto. “Antes de ser uma marca no couro, é uma lesão na pele do animal. Hoje existe tecnologia suficiente para trazer menos sofrimento e muito mais eficiência operacional, com precisão de dados, como o brinco eletrônico”, afirma Paranhos.

Quem reforça o benefício de novas técnicas é Antony Luenenberg, coordenador de bem-estar animal na MSD Saúde Animal: “Já não há mais espaço para produções sem bem-estar animal. O uso da inteligência de dados no lugar de práticas antigas que causam sofrimento tem ganho operacional, de segurança, conforto e respeito por todos da cadeia produtiva, do animal até o manejador, impactando também meio ambiente e consumidor. Alternativas existem e, agora, trabalhamos para uma mudança cultural”.

Para ampliar o conhecimento sobre os aspectos negativos da prática e a importância da atualização do manejo, a BE. Animal, com apoio da MSD Saúde Animal e sua marca Allflex, e da JBS Friboi, lançaram o Guia de Boas Práticas para a Redução da Marca a Fogo.

A iniciativa integra o projeto Redução da Marca a Fogo, também conduzido pela BE.Animal, pelo grupo ETCO — Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (da Unesp Jaboticabal) e pela Fazenda Orvalho das Flores, com o apoio das empresas MSD Saúde Animal e JBS. A ação é desenvolvida desde 2020 e já integra dezenas de fazendas. Ela propõe a substituição da técnica pela identificação dos animais por meio de brincos, trazendo benefícios como redução do estresse animal, valorização do couro do bovino, além de vantagens para os trabalhadores da fazenda, para o pecuarista e para a própria imagem de toda a cadeia produtiva da pecuária.

Foto: Adobe Stock

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