O público voltou com toda a força e prestigiou a grande final do Freio de Ouro que comemora 40 anos de história. No domingo, dia 4 de setembro, encerrando a 45ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), em uma disputa acirrada e com alternância de posições durante as etapas, Gabriel Viola Marty, montando Colibri Matrero, levantou, pela terceira vez, o maior símbolo da raça, o Freio de Ouro. A égua vencedora foi Capanegra Acquavia, montada por Eduardo Weber Quadros.
Quase sem palavras para falar, carregando em suas mãos a bandeira do Uruguai, Gabriel Viola Marty era a imagem da felicidade. Após vencer a prova em 2020 e 2021, o ginete levantou pela terceira vez o Freio de Ouro. Instantes antes de receber o prêmio, executou a já tradicional esbarrada com seu cavalo, desmontou, retirou o chapéu em respeito e celebrou com Colibri Matrero, encostando sua cabeça na do companheiro de vitórias. “A história fala por ele, as pessoas falam por ele. Um cavalo que encantou o público, um cavalo que encantou a raça, um cavalo que mudou a história, um cavalo estrangeiro que representa um país”, disse o ginete sobre seu cavalo.
O uruguaio Juan Salustiano Peirano, dono da cabanha La Pacífica, disse que Colibri Matrero é um fenômeno. “Nasceu com uma estrela, é um presente de Deus”, resumiu o criador. Ele se referiu à mãe, que segundo ele foi quem o iniciou com os cavalos. “É uma emoção muito grande, difícil encontrar as palavras para explicar o agradecimento que nós temos com a raça, com a ABCCC, por poder estar aqui em um dia como hoje, uma grande oportunidade de competir”, avaliou.
Ao comemorar, ainda em pista, sua conquista, Eduardo Quadros resumiu o momento como ímpar. Ele citou a conquista do Freio em 2017, quando montou Capanegra Quinta Sinfonia, uma irmã inteira (forma como os crioulistas se referem a filhos do mesmo pai e mesma mãe) de Capanegra Acquavia. “Queria agradecer a Deus, à minha família, à minha torcida, a todos meus amigos, a todos. Tenho muita gratidão por esse momento, acho que Deus bota as coisas no lugar certo, no tempo certo”, celebrou o ginete.
Criador e expositor da égua Freio de Ouro, Fernando Dornelles Pons dedicou o prêmio ao amigo Walter Moura, recentemente falecido. “Foi meu grande parceiro e entusiasta, um mestre. Então creio que lá de cima ele está iluminando”, disse o criador. Ele também comparou as duas irmãs com as quais venceu o Freio de Ouro. “Talvez esta seja de um temperamento um pouquinho mais calmo que a outra, mas é muito boa, é maravilhosa!”, afirmou.
Onécio Prado Júnior, presidente da ABCCC, resumiu a final do 40º Freio de Ouro como sensacional. “Desde o início, no sábado anterior com a Morfologia, agora o fechamento com nosso Freio de Ouro, 40 anos de Freio, 90 anos de entidade, tudo ajudou: o tempo, os animais extraordinários e casa cheia, que é o que dá mais alegria, confraternização e trazendo aqui todo o calor que o Freio tem”, disse o dirigente.
Os avaliadores deste momento histórico foram, na categoria Fêmeas, André Luiz Narciso Rosa, Douglas Leite Gonçalves e Vinícius Guedes Freitas, e na dos Machos, Carlos Marques Gonçalves Neto, Leonardo Alberton Ardenghy e Luciano Correa Passos. O Freio de Ouro 2022 contou com os patrocínios de Facta Financeira, Massey Ferguson, Supra e Vetnil, além do apoio de Correaria Dima, Mopo, Oviedo e Canal do Criador.
Foto: Fagner Almeida / Divulgação ABCCC