Responsável por surtos de alta mortalidade na produção industrial avícola na década de 1960, altamente contagiosa e sem tratamento, a doença de Marek (DM) é causada por um herpesvírus que acomete as aves, ocasionando neoplasias linfoproliferativas em nervos periféricos e em órgãos como gônadas, íris, vísceras, músculos e pele, além de afetar células de defesa como linfócitos B e T, levando a quadros de imunossupressão. “Essa é uma doença importante, que chegou, inclusive, a ameaçar a viabilidade da produção industrial de aves. O seu controle só foi possível com a vacinação, a partir dos anos 70”, diz o médico-veterinário Josias Vogt, Assistente Técnico de Aves da Zoetis.
Ainda de acordo com o especialista, a descoberta e o desenvolvimento da vacina por meio do herpesvírus dos perus (HVT), apatogênico para galinhas, foi um divisor de águas para a avicultura pois foi o primeiro caso de sucesso no controle de uma doença causada por vírus oncogênico. “Até então, não havia controle e prevenção em massa de uma doença de natureza neoplásica nem na medicina humana”, informa Vogt.
Além da importante descoberta, atribui-se à doença de Marek a evolução no processo de vacinação, em decorrência do crescimento em escala da avicultura industrial. A vacinação, que se iniciou totalmente manual, passou para um programa de aplicação subcutânea por máquinas pneumáticas, e foi posteriormente evoluindo até chegarmos aos dias de hoje com a possibilidade de vacinação por um sistema automatizado de aplicação in ovo.
“A forma de controlarmos a doença e minimizarmos as perdas econômicas decorrentes dessa enfermidade são medidas rígidas de biosseguridade e um programa eficiente de imunização”, reforça o médico-veterinário. No Brasil, a vacinação contra a doença de Marek é obrigatória e realizada em 100% das aves no incubatório por via subcutânea ou in ovo.
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