Na última reunião da Câmara Setorial Nacional do Arroz foi realizada na Abertura Oficial da Colheita do Arroz e grãos em terras baixas, foram apresentados dados referentes ao mercado de arroz, como preços, custos, produtividade e exportação. Em relação à produtividade do cereal no Estado do Rio Grande do Sul, destacou-se que, devido à redução hídrica, o impacto deve ser uma redução de 11,4%, de acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022, divulgado pela Conab. Sobre exportação, afirmou que no início de janeiro foi notada uma demanda muito forte para o arroz brasileiro.
Na parte de preços, há uma tendência de elevação ao longo de 2022. “Os produtores estão mais capitalizados, com capacidade de escalonar mais as vendas, se tem uma menor safra 2021/2022, boa demanda externa e a projeção de situação de superávit. O mercado asiático está bem aquecido”, observou Sérgio Santos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Santos acrescentou, ainda, que mesmo em um cenário otimista, com uma expectativa de recuperação dos preços este ano, a elevação dos custos de produção deve frear a rentabilidade. “Identificamos um significativo aumento tanto do custo variável quanto do operacional, e esta elevação está nos levando de volta para um cenário de rentabilidade não muito atrativa para a safra 2021/2022”, concluiu.
O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), João Batista Gomes, também abordou a questão da alta do custo de produção. Disse que o Instituto apurou para a safra de arroz 2021/2022 um custo de produção de R$ 90,74 por saco de 50 quilos, considerando uma média de 166,13 sacos por hectare e dentro de um critério e metodologia já estabelecido de usar a média das últimas três safras. “Parte deste custo é um projeção, ou seja, são aqueles ítens que ainda não estão consolidados”, explicou, destacando que trata-se de um guia, de um alerta para esse ano.
O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Daire Coutinho, afirma que os números apresentados pelo Irga assustam e preocupam. “A primeira preocupação é com a comercialização da safra e a segunda em relação aos produtores que tiveram problemas com custos altos e perdas com a falta de chuvas. Eles vão estar à margem da comercialização que está se acelerando e melhorando, conforme a própria Conab mostrou dentro de uma conjuntura de preços melhores”, alertou, dizendo que será preciso encontrar uma solução.
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