Sete bilhões de dólares por ano é o prejuízo que o pecuarista brasileiro sofre quando o assunto é verminose. “A verminose, dentre todas as doenças parasitárias, é a que causa maior impacto. Pior, trata-se de um inimigo oculto, já que o problema é silencioso”, diz Fernando Borges, professor de doenças parasitárias da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
De acordo com ele, há uma categoria de bovinos de corte que vem sendo negligenciada. “Não é usual que um bezerro, em pré-desmame, seja manejado para este tipo de problema. No entanto, estudo recente, publicado pelo Journal of Agricultural Studies, demonstrou que o índice de verminose nesta fase da vida do animal é mais alto comparado ao pós-desmame e à fase adulta”, explica. “O que mostra que o protocolo de vermifugação precisa ser revisto”, completa Borges.
O estudo desenvolvido pela UFMS em parceria com a Zoetis mostrou que o grupo de bezerros tratados com moxidectina desmamaram com 9,4 kg a mais que o grupo não tratado. “Este foi o resultado que obtivemos no estudo com 202 bezerros, entre três e cinco meses de idade. Além do ganho de peso adicional, observamos que 56% dos bezerros tratados desmamaram com índice de verminose zero”, informa.
O especialista ressalta ainda questões ligadas à saúde e ao bem-estar animal com a adoção deste manejo. “O momento da desmama é muito estressante para o bezerro, porque será afastado da mãe. Então, sua imunidade cai e acaba por ficar suscetível a outras doenças. Por isso, a importância desta intervenção”, diz.
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